Embora ás vezes não o pareça, aquela ilha é território nacional. Tem acontecido é que desde à décadas os diversos governos têm permitido, apesar de alguns arrufos pontuais, que o Srº Alberto/PSD se transformasse em patrono, padrinho da maior parte dos madeirenses, alastrando pela relação de dependência, afinidades próprias de um clã, senão mesmo de uma casta.
Tudo tem facilitado o PSD no sentido da permanência de uma maioria absoluta naquela região, até o Banco de Portugal e o Tribunal de Contas, têm aligeirado no cumprimento das suas obrigações institucionais perante a gestão daquela parte do território nacional, de onde resultam hoje factos agravados, pela não existência sequer de legislação a definir um quadro de incompatibilidades, obstando a quem decide sobre negócios a hipótese de os promover em seu proveito directo, como por lá acontece.
Não tenho dúvidas de que há obra feita - conheci a Madeira em 1973, voltei em 1979 e encontrei pouca diferença, já em 2006 observei aquilo tudo virado no avêsso - registei com admiração o aeroporto e todo o acesso desde o Funchal a Machico ou a Porto Moniz, mais não vi, pois fui em trabalho, não sabendo por isto se existem ou não excessos, embora o admita pelo que tenho lido. O certo é que o facto de existir obra feita, não pode tornar-se em jurisprudência benévola, mediante o régabofe negocista e oportunista que por lá tem vigorado, a par do incumprimento de obrigações legislativas e outras, que abrangem todo o território nacional.
É por isto triste ouvir o actual 1º Ministro a remeter a confiança politica no Sº Alberto para os resultados das próximas eleições regionais, pois ao proceder desta forma significa que a população da Madeira, não vai conhecer antes do dia do voto as implicações na sua vida, ao que a rectificação da desgovernança dos ultimos anos os vai obrigar. Com tal processo não tenho dúvidas que o Srº Alberto não só terá espaço para forçar a sua vitimização, como pela obcessiva valorização da obra feita, irá conseguir mais uma maioria absoluta.
Isto é uma vergonha, mas o pior é que começam a faltar palavras que a traduzam.