O Partido Socialista após a demissão de Sócrates teve naturalmente de procurar um substituto, e foi naturalmente que o fez, elegendo uma figura conforme a natureza da realidade que criou no país. José Seguro, conformado com o acordo da troyca e determinado em fazer uma oposição delicada, é nem mais nem menos o Bó-Có encontrado, para na actual conjuntura representar o PS.
Ainda não fez uma proposta com trambêlho, e a que fez ou se dispôs a fazer, complementa no plano politico, pela negativa, as intenções do PSD. Trata-se de rever a Lei Eleitoral, com o objectivo confesso de pôr em causa a representatividade de partidos como o PCP e BE.
Sem espantar, tendo em conta o crescente envolvimento pessoal nas últimas décadas de dirigentes do PS e do PSD com empresários, banqueiros e negócios com tentáculos em offshores, torna evidente a necessidade de não só controlar todo o sistema de justiça, como garantir legisladores que ajeitem leis benévolas e normas processoais a facilitarem o enrôlo e a prescrição. Objectivos dificeis de alcançar com a presença de deputados do PCP e do BE na Assembleia da República.
Esta é a fórmula aceite pelo PS e PSD na construção da impunidade para os promotores da usura e do cambalacho - repare-se no caso BPN que envolve ex-governantes do PSD e "rabinho" a Cavaco Silva, nos casos Face oculta, Freeport, Licenciatura e outros em que Sócrates surgiu envolvido, acrescendo agora os 383 milhões que desde 2000 circularam em offshores. São exemplos por demais evidentes da necessidade destes dois partidos moldarem a democracia à vontade dos mais poderosos, logo aproveitando esta crise com uma oposição delicada por parte do PS, tendo em conta o mutuo acordo com a Troyca.
Com isto, o PS elegeu um Bó-Có perigoso.
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