Sobre o caso das "garagens que vão ocupar terreno antes destinado a espaço de lazer e parque infantil"- Alhos Vedros - caso que tornou tumultuosa a última Assembleia Municipal.
Sendo tema já abordado neste Blog, a descrição da Srª Jornalista Helena Correia ontem publicada, porque na parte final do artigo escreveu "... Com ânimos exaltados, o assunto dividiu a maioria CDU e os partidos da oposição, havendo eleitos que criticaram a alteração ao alvará. No entanto, João Faim, deputado da CDU,fez questão que João Lobo indicasse que a mesma foi aprovada por unanimidade na câmara municipal, entre os vereadores do BE, da CDU e do PS." suscita-me o seguinte:
b) nunca li ou ouvi qualquer declaração, comentário ou lamento crítico da parte do SrºJoão Faim ou de qualquer eleito da CDU, sobre o facto de os vereadores do PS e do BE não terem qualquer pelouro neste mandato, onde até foram reduzidas as reuniões com a sua participação;
r) deduzindo-se deste modo, que as reuniões com a participação dos vereadores da oposição, só se realizam porque a lei a tal obriga, evidenciando-se no entanto a frequente crítica da CDU de que a oposição nada propõe, que está desfazada da realidade do Concelho e que promove um discurso e uma prática obstaculizadora do seu desenvolvimento;
o) em tais circunstâncias, é natural que os vereadores da oposição distantes da possibilidade de estabelecer ou partilhar compromissos com os munícipes, além de receptores de algumas mensagens destes - em sessão de câmara, mediante uma explicação objectiva e um documento irrepreensível no ponto de vista legal, é natural e justo que votem a favor. Foi porventura isto que aconteceu na aprovação unânime das alterações ao referido alvará;
n) deste modo, a postura dos Srºs Faim e Lobo, demonstra apenas pretender sacudir a água do capote, aligeirando as responsabilidades politicas de quem no Concelho detem todo o poder de decisão, que é a CDU;
c) tal postura, pelo oportunismo político e desonestidade intelectual que traduz, terá como efeito a desconfiança, e por esta a degradação da elementar convivência democrática que se exige num orgão eleito pela população. Sendo que em tais circunstâncias os vereadores que não são da CDU, ficarão confinados à abstenção ou voto contra em todas as propostas que surjam;
Mediante isto, pode-se concluir que a posição da CDU/Moita em relação à reforma administrativa pretendida pelo actual governo no que concerne á representatividade, estrutura e funcionamento dos orgãos autárquicos, é hipócrita, pois a prática aqui desenvolvida é um efectivo ensaio daquilo que o governo pretende. Tratando-se assim de uma clamorosa incoerência, quando em Assembleia anterior propôs uma moção contra a reforma administrativa, que até mereceu o apoio do PS e do BE.
Acrescendo ainda, o facto de tais práticas contrariarem as orientações programáticas e resoluções do último Congresso do respeitável Partido Comunista Português - podendo-se até afirmar, que por estas bandas não faltam exemplos de âmbito colectivo e individual, demonstrativos de uma enorme fragilidade moral e de classe, a ofuscar O Partido com Paredes de Vidro.