Mediante as sucessivas medidas de austeridade, o aumento do desemprego a par da crescente redução dos sistemas de proteção social e desregulação laboral, seguida da sua consagração pela abertura do acordo estabelecido em sede de concertação social, com a assinatura da UGT - se fosse hoje um activista sindical, teria aprovado e aplaudido a decisão da CGTP-IN ao promover esta Greve Geral.
Hoje distanciado, virado que ando para o biscate, em estado de incoerência perante os valores que defendo, engrossando a economia paralela - mesmo assim aprovo a decisão da central sindical.
Com a noção de que não vai ser um desafio fácil, pelo tendente discurso capitulador que ainda envolve milhares de trabalhadores, que está subjacente ao acordo assinado, a par da cultura p'ró apatia sustentada pelas inevitabilidades que os comentadores por encomenda dos poderosos, todos os dias promovem nas TVs, acrescendo ainda as enormes dificuldades da vida, mais os medos que na actual conjuntura existem, limitando a evolução da consciência social e política dos trabalhadores(s).
Considero que teria de haver iniciativas, que terão de haver iniciativas de esclarecimento e combate, correspondendo ou não a grandes mobilizações - na actual conjuntura, não fazer nada à espera de melhores condições seria sempre pior, seria dar espaço áqueles que na intervenção política e social enveredaram pela capitulação, não os colocando sequer perante as suas contradições e a responsabilidade de até esquecerem, que o rumo em curso está a pôr em causa o próprio regime democrático.
Sou do tempo do stencil e dos copiadores de pano de organdim, onde dois ou três bastavam para assinalar o 1ºde Maio com um simples panfleto, era o muito que se podia fazer, logo não considero uma derrota se a Greve Geral não traduzir um sucesso mediático, para mim, basta que ela marque bem o trilho que todos mais cedo ou mais tarde deverão percorrer.
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