domingo, setembro 30, 2007

A REGATA REAL

Levei tempo a perceber o porquê desta regata. Cheguei mesmo a pensar tratar-se de uma iniciativa revivalista e reacionária assente num ideário anti-republicano, só recentemente percebi não tratar-se de coisas destas.

Tal facto, obriga-me a reconhecer o erro e a apresentar as minhas desculpas às pessoas e instituições envolvidas.

O estuário do Tejo só não morreu, pela existência de artífices que aos milhões pela sua natureza e trabalho o têm evitado. Não foram feitos à imagem e semelhança de Deus, não pertecem aos bafejados pelos testamentos biblicos - mas são eles que sem nunca baterem com as barbatanas na porta, têm garantido limpeza e vida no estuário. Não fossem eles e hoje teriamos milhões de toneladas de trampa mesmo aqui á nossa porta sem sabermos o que fazer dela.

Cálculos científicos provam que bastariam três meses para que a água do estuário ficasse com a densidade do óleo queimado, não navegável e sem vida, nos sapais apenas ratas do tamanho de suínos.

É que a capacidade que tais artífices têm, embora não criados à imagem e semelhança de Deus,- possuem um espaço jugular oval e um maxilar superior mais avançado que o suborbitar, facultando movimentos rápidos que coordenados com a respiração, permite-lhes não só alimentarem-se como destruirem e transformarem, inúmeras matérias, muitas até não biodegradáveis e outras bastante volumosas que todos conheceis na intimidade da sanita e que por aí infestam o estuário em toneladas/dia.

A Real Regata é assim uma poderosa homenagem ao Rei e à Rainha do mundo Mugílideo - à Fataça à Taínha e aos outros da mesma espécie, que com o seu esforço diário ainda mantêm com vida as águas do Estuátio do Tejo.

A Real Regata transmite assim a exigência de projectos integrados e intermunicipais, que concretizem as prometidas Etares.


- VIVA A TAÍNHA!
- VIVA A REPUBLICA!

Vai ser interessante...



Assisti na Festa do AVANTE ao anúncio desta iniciativa,- acredito tratar-se de uma Conferência importante pela necessidade de contrariar a prevalecente mundividência de inevitabilidades que o poder dominante transmite, forjando o conformismo e a descrença na forma de estar dos portugueses.

Uns amigos já me garantiram um convite - claro está que não são da C.Concelhia da Moita, aliás, nem gostam do que por cá se passa.

O Sucesso de Sócrates na U.E.

Calhou que nem ginjas, a presidência da UE caber neste periodo a Portugal. Quem melhor que Sócrates e Barroso para uma parceria fraudulenta, na fase de estertor a que chegou a dita "Constituição Europeia"? quem melhor do que eles para consumar a desejada fraude - transformar aquilo num tratado cuja aprovação não dependa da intervenção dos Povos.

Sócrates e Barroso, ambos de estilo angélico, são sem dúvida os mais vocacionados desta europa, para a concretização de tal tarefa.

O sucesso da Presidência Portuguesa, a consumarem-se tais objectivos - Vão colocar Portugal nos dicionários de todos os países da UE, como sinónimo de trafulhíce, aldrabíce, feijão frade, sem vergonha e demais que a imaginação aprouver.

Na Moita as Manifestações Politicas sucedem-se...




A Stª Madre Igreja está profundamente activa na mobilização dos crentes para manifestações que permitam ao iminente Cardeal fazer à mesa das negociações com o Sócrates, exigências por um Estado menos laico e conseguir ainda mais que os Mil Milhões de euros que anualmente recebe em nome da "Acção Social" da Igreja.

Já começa a ser rotina. É Perigoso!!

Encontro de nacionalistas decorreu sem confrontos.
Um alegado «encontro de amigos» entre um grupo de nacionalistas em Viana do Castelo provocou hoje alguns momentos de tensão mas não houve confrontos.

Por outro lado as ameaças e a violência levaram a isto:

Manifestação antifascista cancelada por ameaças.
Marcada para hoje, a manifestação antifascista que contava com grupos de toda a Europa terá lugar para o ano.

sábado, setembro 29, 2007

Pimba que já foste



Acto de coragem? Defender o cavalo? Não me parece.
Acto de estupidez e parvoice, como toda a aficcion.


Toma lá para aprenderes.

sexta-feira, setembro 28, 2007

Divulgação CCRUP



Dia 30 de Setembro é o dia Mundial do Coração

O Centro Cultural e Recreativo União Pires e a Confederação Portuguesa das Colectividades vão promover uma caminhada entre a Baixa da Banheira e a Moita, a partida é do Parque Zeca Afonso, Bx Banheira, ás 9:00 horas

Oferta de T-Shirt ou Boné a quem participar
Comparece - Participa

Cumpt's
Fernando Sequeira

quinta-feira, setembro 27, 2007

Dead Combo no AMAC - Barreiro (dia 28 Set.)

É já amanhã o concerto dos Dead Combo, singular grupo português que faz uma música entre o experimental, o Rock, o fado, as guitarras a evocarem os filmes western, ou seja, uma salada minimal com Tó Trips dos Lulu Blind (guitarras) e Pedro Gonçalves (Contrabaixo, Kazoo, Melódica e guitarras).
Têm como álbuns "Vol. 1" (2004), um tributo a Carlos Paredes e "Quando a Alma não é Pequena" (2006).
Sexta-Feira, dia 28 de Setembro, no Auditório Municipal Augusto Cabrita (AMAC), no Parque da Cidade, Barreiro.
Bilhetes a 5 euros, preço único. Início às 21:30 horas. A não perder!

quarta-feira, setembro 26, 2007

É já na sexta-feira



Manifestação organizada pelo movimento cívico-plataforma "PAREM O PNR" a realizar no dia 28 de Setembro de 2007 no Terreiro do Paço em Lisboa pelas 19h.30. De momento estão a decorrer contactos no sentido de várias forças anti-fascistas (nacionais e estrangeiras) agregarem esforços contra o totalitarismo e a opressão. Anarquistas, Comunistas, Socialistas, Social-Democratas, Democratas-Cristãos, Comunidades Judaica e Muçulmana Portuguesas, estarão certamente presentes neste evento histórico. Até lá serão dadas mais informações relativamente à manifestação da liberdade.

Skatalites por cá novamente



Depois de em 2003 ter integrado o FMM Sines e em 2005 o 1º Festival Oeiras Reggae, a mais importante banda de ska do mundo está de volta ao nosso país para um concerto único com lugar no Armazém F, em Lisboa a 11 de Novembro.
Na bagagem, a banda traz clássicos de uma longa carreira que já dura há mais de 40 anos, onde se incluém exitos como "Guns Of Navarone", "Freedom Sound", "Skata Skata" ou "Lester's Mood", e um novo trabalho de originais intitulado "On The Right Track", o primeiro desde 2000.

Pese embora a ausência dos membros fundadores Don Drummond e Roland Alphonso, os restantes membros originais dos The Skatalites, Lloyd Knibb e Lester Sterling continuam a manter viva a chama daquela que foi a banda que definiu o género e que criou as bases que viriam a ser copiadas por gerações de bandas ska como The Specials, Madness, The Toasters ou The Slackers.

A acompanhar a lendária banda neste seu regresso a Portugal estão os portugueses Contratempos , de volta ao activo depois de um longo hiatus.
O inicio está agendado para as 22 horas e as entradas variam entre os 18€, se adquiridas antecipadamente e os 20€, no dia.

Contratempos: Formados em 2003 pela paixão e inspiração de bandas como The Skatalites, The Slackers e Tokyo Ska Paradise Orchestra, os Contratempos sempre aplicaram na sua música o ska e o reggae mais genuíno, chegando a gravar um álbum de originais em nome próprio "Algures, no Meio do Nada" (2005) cujo single Devagar teve bastante airplay na Antena 3. Mais recentemente a banda apresenta-se com nova vocalista, novos membros e uma roupagem musical invadora, adicionando ao seu ska algumas melodias e toques de música portuguesa.

terça-feira, setembro 25, 2007

Romarias ou Manifestações Politicas ?

Neste ano de 2007 têm decorrido inúmeras peregrinações, romarias e procissões que ultrapassam por todo o país as registadas por tradições. Todas convergem na referência aos 90 anos da "primeira aparição de NªSª de Fátima".

Por exemplo na Moita, já se realizaram três procissões, três peregrinações e três romarias, duas destas resultaram de desavenças entre elites, cujo fanatismo religioso deslizou para a verborreia estúpida que publicamente se observou.

A Cavalo, de burro, de bicicleta, a penantes e até de barco, são muitos os que cumprem a orientação do Cardeal - fortalecer as acções de massas, para que em sede de negociação da Concordata, os governantes cedam tornando o Estado menos laico, garantindo acessos à Stª Madre Igreja para gerir milhões a comtemplar no próximo Orçamento de Estado.

Ao contrário do que é dito por destacados membros da Igreja, tais realizações sendo de facto o resultado do "fenómeno" da fé, são essencialmente o resultado da capacidade manipuladora do Aparelho Católico - usando os crentes para atingir os seus objectivos politicos, económicos e financeiros. Tratam-se assim, não de acções angélicas, mas de poderosas manifestações politicas.

É com tristeza que observo que tão boa gente, até amigos, embarcaram na peregrina romaria, que de barco e a cavalo partiram no dia 21 para Fátima. E pior ainda estou, por terem levado a nossa Padroeira, que nunca foi "uma Maria que vai com as outras" a envolverem-na agora com a tal "aparecida", cuja promiscuidade explica negócios de milhões à 90 anos.

Porque os animais são nossos amigos...

...divulgo aqui um pedido de uma nossa leitora:
"Boa tarde,
o meu nome é Sofia e escrevo-lhe porque estou a divulgar o desaparecimento do meu cão.
Ele desapareceu esta noite da Baixa da Banheira e como sou assídua do seu blog resolvi pedir-lhe ajuda porque vive perto de nós.
Se por acaso vir o Skype contacte-nos.
Ficamos-lhe eternamente gratos.
Muito obrigada e cumprimentos.

Sofia Veiga"





25 Setembro 2007
Por favor contactar se vir este cão:
916211824 * lumnious@gmail.com

Muito Obrigado!

Divulgação "Amigos da História Local"

Caros Amigos Há muito tempo que não comunicamos, sobretudo devido a alguma falta de tempo...Porém, a actividade dos Amigos da História Local, apesar de escassa neste ano, não cessou.

Um grupo de pessoas tem estado a preparar um Seminário, que entitulámos
ALHOS VEDROS - PONTO DE ENCONTRO SOBRE A HISTÓRIA.

Será no próximo Sábado, dia 29 de Setembro. Gostaríamos que pudessem vir. Vai ser uma abordagem interessante sobre a história desta Vila e também Freguesia, desde a Pré-História até aos tempos actuais. Contamos com a presença de vários historiadores e estudiosos, num ambiente informal e teremos uma animação e convívio no final, em torno da Taverna Medieval. Segue o Programa abaixo.
Apareçam!
Pela Comissão Organizadora, António Gonzalez, Paula Silva, Rosário Ferreira, Vítor Cabral, Tiago do Pereiro.

Programa
SEMINÁRIOALHOS VEDROS – PONTO DE ENCONTRO SOBRE A HISTÓRIA
Centro Paroquial de Alhos Vedros - 29 de Setembro de 2007
9:30h - Abertura pela Comissão de Organização

9:45h - Geologia, espaço e ocupação. As primeiras comunidades
António Gonzalez e Tiago do Pereiro

10:15h - Romanos e árabes, um vazio histórico?
Luis Barros e António Gonzalez

10:45h - Intervalo para café
11:10h - A história de Alhos Vedros através dos documentos.
José Vargas

11:40h - Genealogia de Alhos Vedros desde o século XVI.
João Gaspar

12:10h - Debate
12:30h - Intervalo para almoço
14:30h - A Igreja paroquial de Alhos Vedros nas últimas décadas
Padre Carlos Alves

15:00h - Alhos Vedros no contexto económico da margem esquerda do estuário no Antigo Regime.
António Ventura

15:30h - Intervalo para café
16:00h - Projectos Municipais de Valorização e Recuperação do Património.
Vereadora Vivina Nunes

16:30h - Apresentação da nova associação ALIUS VETUS - Associação Cultural História e Património.
Vítor Cabral

17:00h - Recriação Histórica - cultura, turismo e cidadania.
Grupo Passado Vivo

17:30h - Debate e Encerramento
18:30h - Taverna Medieval (feveras assadas e animação, à volta da fogueira)

Organização: Amigos da História Local

Apoios:
Agrupamento de Escuteiros nº 688 do CNEALIUSVETUS
Associação Cultural História e Património
Câmara Municipal da Moita
CACAV – Cooperativa de Animação Cultural de Alhos Vedros
Centro Social Paroquial de S. Lourenço de Alhos Vedros
Junta de Freguesia de Alhos Vedros
Paróquia de S. Lourenço de Alhos Vedros
Rancho Etnográfico de Danças e Cantares da Barra Cheia

amigoshistoria@gmail.com

sábado, setembro 22, 2007

Nova Governadora Civil com Opinião

Da entrevista que a Srª Eurídice deu ao Jornal da Moita, não descortinei opiniões conforme o titulo indica. Apenas observei uma exposição curricular e exaustiva, pessoal e feita pela própria, cujo conteúdo não ponho em causa, nem sequer as capacidades que disse possuir, ou o distanciamento intelectual que pretendeu vincar.

Ao ler a "curricular" entrevista, fixei-me nos misteriosos desígnios do "destino e da sorte", mas não encontrei por aí justificativos para a ascenção da Srª Eurídice.

Pois tudo aconteceu na miserável década de 80, em que no Distrito se multiplicaram as falências e encerramentos fraudulentos de empresas, os salários em atraso, os despedimentos ilegais, o desmprego e a miséria. Foi neste cenário que a então jovem Eurídice optou por ser do PS e conseguiu o 1ºemprego. Não foi dificil ascender, então já possuidora de um discurso anti-comunista, cimento da sua visão democrática, colhido do ideário Soarista que nessa época diabolizou o PCP, tudo se tornou fácil, é certo que com trabalho, mas trabalho com direitos num Distrito em que a maioria dos trabalhadores, pela politicas dos sucessivos governos do seu PS, hoje quase não têm direitos.

Reparei, que não teceu uma unica frase sobre a situação social no Distrito, referindo-se apenas e vagamente ao tema da Protecção Civil, que de entre outras coisas lhe irá permitir inúmeros discursos em inaugurações de Quarteis de Bombeiros e aniversários associativos, e uns terré-té-téus de circunstância a disfarçar a sua tarefa prioritária, que é dificultar a actividade das Câmaras que no Distrito não são da sua côr politica.

A entrevista, foi assim uma coisa pobre e de mau augúrio.

sexta-feira, setembro 21, 2007

Na Terra da "Liberdade"



Um estudante da Universidade da Flórida foi imobilizado e eletrocutado por uma arma "taser" por ter excedido o seu tempo de pergunta durante um debate na segunda-feira com o senador democrata e ex-candidato presidencial John Kerry.

Barreiro Rocks 2007

Está já na calha o "The best Rock'n'Roll Garage Surf Punk Blues..."

Com alteração das datas de Outubro, que passam agora para 9 e 10 de Novembro.
O cardápio apresentado é o seguinte:


- 9 de Novembro


After hours Pachuco:
-Tracy Lee Summer
-Rob K & Uncle Butcher
-Wonderland Club Djs

- 10 de Novembro

After hours Pachuco:
-The Act-Ups
-Los Chicos
-Dj Shimmy

quinta-feira, setembro 20, 2007

A CUF, o Grupo Mello e o Portugal do pós-guerra

Como já tinhamos indicado em Junho de 2007 neste post, continuam os colóquios sobre os "100 anos de luta - O outro lado da CUF".
O segundo colóquio com o tema "A CUF, o Grupo Mello e o Portugal do pós-guerra", tera lugar no auditório da SFRUA - Velhinha.
Um obrigado ao Carlos Vardasca por nos lembrar.
Fica a divulgação.
Podem consultar a programação de todas as actividades relacionadas com estes 100 anos da CUF aqui.


quarta-feira, setembro 19, 2007

A água é do povo!

Assisti ontem a um debate sobre os sistemas de abastecimento de água em alta, uma iniciativa da Câmara Municipal de Castro Verde que saúdo, com alguns senãos. O primeiro foi a hora escolhida: 3 da tarde de segunda-feira, o que afasta irremediavelmente a esmagadora maioria dos munícipes. Foi dito que o objectivo fundamental era o esclarecimento dos “decisores”, isto é, dos autarcas – o que constitui desde logo uma grave limitação, em matéria de tamanho interesse público.

Depois foi o formato adoptado: não propriamente um debate, antes uma palestra para ouvir os três oradores convidados: Francisco Manuel Pinto, representante da Audiplano; Marques Ferreira, ex-presidente da EDIA, agora em representação das Águas de Portugal; e Manuel Camacho, presidente da AMALGA – Associação de Municípios Alentejanos para a gestão do Ambiente – que integra nove municípios do Distrito de Beja e cuja candidatura ao sistema intermunicipal de abastecimento de água em alta foi chumbada em Bruxelas, no início de 2007.

Após a introdução, a cargo do presidente da CM de Castro Verde, Fernando Caeiros, os três ilustres palestrantes falaram durante cerca de três horas para uma audiência de 50 a 60 pessoas, em grande maioria autarcas dos diversos municípios envolvidos. Quando o debate se generalizou, a partir das 6 e meia da tarde, a plateia já estaria reduzida a metade, tendo os últimos resistentes aguentado até perto das 8 da noite. Até pela importância do tema, este é um formato totalmente desadequado para quem esteja interessado em fomentar a participação cidadã.

Sem a pretensão de fazer aqui o resumo de tanta oratória e, menos ainda, dos pormenores técnicos em que se perdeu demasiado tempo, destaco o sumo político das intervenções. Marques Ferreira salientou o domínio que as Águas de Portugal já têm sobre os sistemas de abastecimento em alta e saneamento de 205 municípios portugueses. Este monopólio, participado pela Direcção Geral do Tesouro e pela CGD, actua ao mesmo tempo como parceiro e árbitro, com todas as armas de sedução sobre os pequenos municípios, a quem pode ditar as regras do jogo. E gaba-se ainda de ser 100% público – por enquanto: Marques Ferreira só não conseguiu explicar a próxima entrada das Águas de Portugal na bolsa e a óbvia abertura aos capitais privados: as transnacionais disputam este sector, hoje em dia mais lucrativo do que o petróleo.

A Manuel Camacho coube o papel ingrato de justificar o insucesso da candidatura da AMALGA em Bruxelas e de tentar suster a deserção de mais municípios do sistema intermunicipal: Mértola e Ourique já estão a negociar com as Águas de Portugal; Almodôvar, Castro Verde e Barrancos hesitam mas exigem uma solução rápida, “no prazo máximo de um ou dois meses”, como frisou Fernando Caeiros. Ora a nova candidatura intermunicipal e o concurso público internacional para escolher um parceiro privado são coisa para muitos meses, sem sequer ter garantido financiamento comunitário. O tempo joga contra este projecto, demonstrando a inutilidade da cedência de 49% do capital das águas do Alentejo Sul a uma qualquer multinacional, em violação clara dos princípios de defesa da água pública e até da propaganda do partido maioritário na AMALGA, o PCP.

No final da palestra, no seguimento dos apelos de vários autarcas e das declarações de abertura ao diálogo por parte de Manuel Camacho e Marques Ferreira, ficou a pairar um possível acordo para-social entre a AMALGA e as Águas de Portugal, em torno de “uma solução técnica aceitável por ambas as partes”. Só que o problema essencial da gestão da água não é técnico mas sim político, como frisou Constantino Piçarra, do BE, e também o deputado do PCP, José Soeiro. O pragmatismo e a “pressa de encontrar uma solução” põem em causa a decisão democrática das populações que não foram ouvidas nem achadas, na última campanha eleitoral, sobre a questão da água.

Qualquer que seja o “cozinhado” a sair de eventuais negociações entre a AMALGA e as Águas de Portugal, é iminente o perigo de privatização da água – para já a distribuição em alta; amanhã, perante o aperto financeiro das autarquias, a distribuição em baixa, isto é, até às nossas torneiras, como já prevêem os estatutos das águas do Alentejo Sul. Depois de anos e anos de negociações de gabinete, é urgente dar a palavra aos cidadãos: poucas matérias justificam tanto um referendo local, pois a água é mesmo uma questão de vida ou de morte. E o título desta crónica não deriva de um súbito revivalismo do PREC. É hoje muito claro que só o povo pode defender a água pública.

segunda-feira, setembro 17, 2007

Sócrates "o engenhoso" salvou Eurídice

Tem andado por aí, por esse universo todo,como alma penada sem beiral onde se acolher. Anda ainda com aquele balde de brasas na mão que Plutão lhe deu quando a pôs fora do inferno.

Coitado do Orféu, o que ele sofreu quando ela picada por uma serpente, pelo seu mau feitio acabou no Inferno - passou tempos e tempos e ele sempre a cantar e a tocar sua lira, acabando por convencer Propesine que convenceu Plutão a libertar Eurídice.

Mas Orféu, desejoso de a rever não respeitou o compromisso que fizera com Plutão, olhou-a a destempo, condenando-se assim a não ter o amor com que sonhava. Eurídice não se chateou, por lá continuou, - altiva, de nariz empinado, quase sempre arrogante, até que um dia Propesine de acordo com Plutão, decidiram pô-la na rua, fora do Inferno, apenas com um balde de brasas.

Já passaram tempos infinitos, quase ninguém se lembrava dela, até que Sócrates "o engenhoso" a decidiu libertar - dando-lhe espaço, um Distrito inteiro, o de Setúbal, para que com o seu balde de brasas, o transforme num Inferno.

Orféu, pequenote e dançarino, ninguém mais o viu. Talvez agora reapareça com novas cantigas de amor, com novas melodias nos acordes da sua lira...

quinta-feira, setembro 13, 2007

Amigos do Cais Realizaram Conferência de Imprensa





"Foi no dia 11 do corrente mês pelas 14:30h, na Travessa dos Ministros mesmo pertinho do Cais.

Foi uma iniciativa serena que contou até com a presença de autarcas, alguns vereadores e membros da Assembleia Municipal, sendo de destacar até pela confiança transmitida, a elevada presença de membros da A. da Freguesia da Moita, onde não faltaram adversários politicos como Eduardo Rocha, Luís Chula e João Faím. Este facto, demonstra o poder da democracia quando é exercida por gente civilizada. Cuidem-se assim todos aqueles que pretendem limitar a participação dos cidadãos em nome de maiorias instaladas.

Neste caso, o braço do estuário e o cais, para as soluções que vierem a ser encontradas, desta vez terão a intervenção dos Moitenses, - estes não vão autorizar que mais uma vez tudo aconteça por decisão exclusiva das entidades oficiais. A provar de que assim será estão as centenas de assinaturas já recolhidas subscrevendo o manifesto divulgado em 14 de Agosto, processo que decorrerá até 5 de Outubro do corrente ano."

FLEXI(IN)GURANÇA

FLEXI(IN)GURANÇA qual o tipo que pretendem os responsáveis pelo Livro Branco das Relações Laborais(LBRL) e o Governo ?

Será que dos dois exemplos que aqui apresento algum serve ?

Na empresa onde trabalho que normalmente cumpre com os direitos e regalias dos trabalhadores já tivemos dois tipos de "flexi(in)gurança"

A primeira, foram 5 trabalhadores que terminaram os seus contratos com a empresa e como não interessavam para continuarem, apesar de serem considerados bons trabalhadores com bom desempenho e boas avaliações, foi isso que levou a Comissão de Trabalhadores (CT) a defendê-los em tribunal, para um vinculo permanente à empresa, ou seja passarem a efectivos.

A empresa decidiu mandá-los embora e substituí-los por outros no mesmo posto de trabalho, o que levou a um processo em tribunal contra a empresa que durou cerca de 4 anos, que os trabalhadores ganharam em primeira instância no Tribunal do Trabalho de Setúbal e posteriormente no Tribunal da Relação de Évora ao recurso apresentado pela empresa, cabendo a uma trabalhadora a reintegraçãor na empresa, por assim preferir, que aconteceu efectivamente estando hoje ao serviço da empresa, quanto aos restantes trabalhadores preferiram as indemnizações a que tinham direito em vez da reintegração na empresa.

Assim pergunto, não terá sido isto Flexi(in)gurança, flexibilidade por parte da empresa para despedir e insegurança por parte dos trabalhadores que ficaram sem os seus empregos ?

A segunda, foi o anuncio de um despedimento colectivo anunciado pela empresa a 33 trabalhadores o ano passado, em Março, em que a CT teve bastantes dificuldades em defender os trabalhadores para continuarem com o emprego, tendo negociado com a Direcção da empresa a melhor solução para os trabalhadores e as melhores condições possíveis para o impacto social que poderia vir a ser criado na sua vida pessoal, passando a fazer parte dos números do desemprego.

Relativamente aos trabalhadores que saíram, e saíram por iniciativa própria foram 23 por negociação de mútuo acordo, garantindo assim que os restantes 10 se mantiveram na empresa com o emprego que não queriam perder e outros 23 que se queriam também manter o emprego não saíram por despedimento colectivo, consideramos que foi positivo.

Assim pergunto, não terá sido isto Flexi(in)gurança, flexibilidade por parte da empresa para despedir e insegurança por parte dos trabalhadores que ficaram sem os seus empregos mesmo sendo vonlutários para sair ?

Afinal o que pretendem mais os responsáveis pelo LBRL e o Governo com a flexigurança ? Voltar ao passado sem direitos para os trabalhadores ? Ou haver mais que os cerca de 860.000 trabalhadores precários e cerca de 380.000 a falsos recibos verdes o que faz mais de 1.240.000 trabalhadores flexiveis e sem segurança e estabilidade de emprego ?

Utilizando uma expressão da Deputada Mariana Aiveca concordo quando chama a isto "Flexi-coisa-nenhuma"

Daniel Bernardino
Coordenador da Comissão de Trabalhadores da Faurecia
Parque Industrial Autoeuropa

quarta-feira, setembro 05, 2007

Gestnave: trabalhadores contra despedimentos ilegais

Noticia daqui.

Uma delegação de trabalhadores da Gestnave e da Erecta fez uma acção de sensibilização sobre a situação em que se encontram cerca de 200 trabalhadores dessas empresas, devido ao incumprimento do protocolo de Acordo/97, assinado entre o estado português e a Navivessel (dona da Lisnave). Estes trabalhadores enfrentam o risco de despedimento já a partir de 31 de Dezembro próximo. Esta acção foi perturbada pela presença da polícia, que por indicação do Governo Civil, impôs a realização da "concentração" longe do local onde decorria a reunião dos Ministros do Ambiente da União Europeia.

O Acordo/97 foi feito para viabilizar a Lisnave e assegurar 1.339 postos de trabalho, os quais no entanto estão neste momento reduzidos a apenas 600 (número total de trabalhadores da Lisnave, Gestnave e Erecta) o que obrigará a Lisnave, caso cumpra o acordo que assinou, a integrar os trabalhadores da Gestnave e da Erecta e a admitir ainda mais 800 novos trabalhadores.

Esta acção, pensada inicialmente para ser realizada frente ao Pavilhão Atlântico, onde decorreu uma reunião dos Ministros do Ambiente da União Europeia, teve de ser alterada. O Governo Civil de Lisboa entendeu esta acção como uma concentração e deslocou-a para o Largo Diogo Cão, local que retirava aos trabalhadores qualquer possibilidade de cumprir o seu objectivo: sensibilizar os cidadãos e os Ministros da UE para o incumprimento do acordo por parte das administrações e do governo. O protesto incluía uma faixa alusiva à situação dos 200 trabalhadores que esperam pela sua integração na Lisnave, bem como a distribuição de panfletos à população. Para permanecerem no local, os trabalhadores foram obrigados a abdicar da faixa.

José Pereira, da Comissão de Trabalhadores da Gestnave, sublinhou que em todas as acções de rua que desenvolveram têm sentido o apoio do público, mas também um crescente controlo por parte das autoridades. Aliás, notava-se uma forte presença policial no local onde os trabalhadores distribuíram o seu Comunicado.

Festas da Moita 2007

Eis que chega o reboliço à vila mais a confusão no transito.
Podem consultar a programação aqui.

sábado, setembro 01, 2007

Brasileiros revelam-se com a nova lei

Desde Junho, passaram pela SOLIM de Beja 120 processos para legalização.

O Brasil é já a segunda nacionalidade representada entre os 640 sócios da Solidariedade Imigrante de Beja, aproximando-se cada vez mais da Ucrânia, que lidera a lista.

O número de cidadãos de nacionalidade brasileira que aderiram à associação Solidariedade Imigrante (SOLIM), delegação de Beja, disparou significativamente desde a aprovação, em Maio último, da nova Lei da Imigração. O novo regime jurídico, que entrou em vigor no início deste mês, permite, excepcionalmente, a concessão da autorização de residência aos imigrantes que se encontrem em território português em situação irregular, desde que demonstrem a permanência no País por um período superior a seis meses, além de um contrato de trabalho e da inscrição na Segurança Social. Dos 120 processos que passaram pela associação em direcção ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), uma centena foi desencadeada por brasileiros, a segunda maior comunidade representada entre os sócios da SOLIM de Beja – no total, 640 – e neste momento cada vez mais próxima da Ucrânia, que lidera a lista, com 41, 76 por cento das inscrições.
"Era a comunidade que estava mais submersa; percebia-se claramente que havia muitos brasileiros em situação ilegal. Agora, com esta hipótese que se criou de legalização esse número disparou", explica Alberto Matos, responsável distrital, que justifica esta "sub-representação do Brasil", não só por um menor espírito associativo, como também pela ausência de uma "utilidade imediata em se associarem, que agora surgiu com a hipótese de legalização".
Apesar de uma "garantia informal" do SEF de que os processos expedidos de Beja serão aprovados, as dúvidas subsistem quanto à data de aprovação. "Desde Junho que nós estamos a enviar este tipo de requerimentos, a que primeiro se chamou convolação de visto, um pedido para transformar um visto de turista em visto de trabalho. Agora, desde a saída da lei, já é ao abrigo do artigo 88, nº2, permitindo, excepcionalmente, e não sabemos até quando, requerer a concessão da autorização de residência". O primeiro prazo, adianta o responsável, era até à entrada em vigor da lei, sendo que actualmente já se fala em meados de Setembro, "quando sair o decreto regulamentar sem o qual a lei não funciona". A indefinição está a gerar alguns receios mas Alberto Matos confia no bom senso das autoridades, recusando-se a acreditar que quem se "entregou ao Estado português de boa fé", venha agora a sofrer qualquer tipo de represálias. O que está em causa, no fim de contas, é a "contribuição legal para o Estado português, o que só é benéfico para o próprio Estado. Quando estas pessoas forem retiradas da escravatura e da imigração ilegal, estarão também a contribuir, e de que maneira, como qualquer cidadão português, para a economia do País", conclui Alberto Matos.
Imigrantes repetem "velho percurso dos alentejanos"
Serão perto de sete mil os imigrantes residentes no distrito de Beja, dois mil deles em situação ilegal e muito concentrados no sector agrícola, sobretudo nas explorações hortofrutícolas do concelho de Odemira, onde se regista uma grande necessidade de mão-de-obra. Segundo observa a associação SOLIM, essa carência cresce no período que vai de Março a Julho, coincidindo com a "época alta" do morango, da framboesa e das alfaces. "As empresas queixam-se da falta de mão-de-obra local e, quando não arranjam pessoas, avançam com a contratação de trabalhadores ilegais. Houve uma altura, em Abril, em que só uma empresa nos contactou para pedir 100 pessoas", sublinha Alberto Matos, prevendo o crescimento do volume de imigrantes na região, por conta do regadio de Alqueva, sendo que "já se nota um acréscimo em Ferreira do Alentejo, em Moura, Vidigueira e em Serpa também, ou seja, à volta do perímetro de rega da barragem".
Fazendo uma projecção das estatísticas da SOLIM para o universo dos imigrantes a residir na região, constata-se que é o sector da construção civil aquele que continua a absorver mais mão-de-obra imigrante, correspondendo-lhe 43, 33 por cento dos sócios, logo seguido pela agricultura (31, 55 por cento) e pela hotelaria (8, 32 por cento).
Fenómeno que tem vindo a intensificar-se, sobretudo no seio da comunidade do Leste europeu, é o êxodo rumo a paragens que oferecem oportunidades de uma vida melhor, como o Algarve, a Grande Lisboa ou mesmo a vizinha Espanha. Repetem, assinala Alberto Matos, "o velho percurso dos alentejanos, o que significa que a região continua a não oferecer oportunidades tão boas como noutros sítios". Os que se deslocam até Espanha, o que ocorre mais significativamente no sector da construção civil, fazem-no legalmente, uma vez que, estando na posse de uma autorização de residência, passam a poder criar firmas de direito português, que num mercado livre podem ser contactadas para empreitadas no país vizinho.
Quando às estruturas de informação e encaminhamento aos que procuram Portugal para trabalhar, contam-se já três centros locais de Apoio à Integração de Imigrantes (CLAII), como resultado de parcerias entre o Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI) e associações locais. No CLAII de Beja, intervém a Caritas Diocesana, no de Moura, a COMOIPREL (Cooperativa Mourense de Interesse Público de Responsabilidade Limitada), e, no centro de Odemira, que funciona desde Julho último, a INDE (organização Intercooperação e Desenvolvimento). Tendo uma vocação sobretudo informativa e, no caso de Beja, também assistencial, os CLAII funcionam em estreita ligação com a SOLIM, que, estando desligada do Estado, pode assumir um carácter reivindicativo. "Há uma rede clara entre nós e os CLAII, que servem como primeira porta, fazendo a ponte connosco nas questões que têm que ser tratadas na capital de distrito – no Tribunal do Trabalho, na Segurança Social, na Inspecção do Trabalho, no SEF – e que são a maior parte", explica Alberto Matos.
Nova lei simplifica processos mas não liberta imigrantes das máfias
Entre os aspectos positivos do novo regime jurídico sobre a imigração, em vigor desde o último dia 3, o responsável distrital pela associação SOLIM, Alberto Matos, destaca a "simplificação e desburocratização dos processos", uma vez que os vários tipos de vistos existentes vão ser substituídos pela autorização de residência temporária. Esta será atribuível, como se lê na página electrónica do ACIDI, "aos estrangeiros que pretendam vir exercer uma actividade profissional subordinada em Portugal, que não esteja excluída do contingente anual de oportunidades de emprego, desde que possuam contrato ou promessa de contrato de trabalho ou, possuindo habilitações, competências ou qualificações reconhecidas e adequadas para o exercício de uma dessas actividades, beneficiem de uma manifestação individualizada de interesse por parte da entidade empregadora".
No entanto, ao fixar uma bolsa de emprego que pode ser consultada nos países de origem, a nova lei, continua o responsável, "continua a deixar os imigrantes que procuram entrar em Portugal pela primeira vez muito dependentes dos consulados, em muitos casos, como na Ucrânia, controlados pelas máfias". A solução mais adequada, conclui, seria a atribuição de um visto que permitisse ao trabalhador estrangeiro "visitar o país, permanecer por cá e legalizar-se se conseguisse uma relação de trabalho dentro de um determinado período".
A nova Lei de Estrangeiros estabelece ainda a criação de um único título para todos aqueles que residem legalmente em Portugal e a criação de um regime específico para combater o tráfico de seres humanos, além de um aumento das coimas às entidades patronais que contratem imigrantes ilegais, passando os casamentos por conveniência a constituir crime.
Texto Carla Ferreira – “Diário do Alentejo” de 31/08/2007