O facto de o BE, os Verdes e o PCP irem aprovar a moção de censura proposta pelo PS, não corresponde à existência de qualquer compromisso para inverter a política prevalecente. O próprio promotor da moção afastou mais uma vez qualquer hipótese de tal acontecer, quando enviou a carta de vassalagem à troica.
Já antes, o PS com a ementa escolhida e a mesa já posta, convidou o PCP e o BE com o objectivo de alianças pontuais para as eleições autárquicas, escusando-se a discutir os temas mais relevantes que sangram o país. Obtendo por isto a recusa firme do PCP e também do BE, apesar deste mesmo em esforço ter procurado manter a porta aberta.
Ressalta daqui o facto da impossibilidade de entendimentos à esquerda, não só pelo PS que não se dispõe a romper com nada, mas também pelo PCP que ao fechar todas as portas, não só não alarga influência como não aglutina o descontentamento, o que não é próprio de um Partido que sempre previligiou a acção das massas populares. Suponho que nos orgãos de direcção do PCP permanece a ideia de que num qualquer dia destes, os portugueses lhe darão votos bastantes para governarem, o que não é crível, até por simples análise marxista à realidade política,económica, social e cultural do país.
Só por aqui se consegue perceber o uso de frases publicadas no Avante, do tipo - "... só nem todos são o BE que "abana o rabo" por cada vez que o PS assobia."
O pseudo vanguardismo na história já deu exemplos bastantes de graves ilusões. Por aqui e agora ainda só descamba para o sectarismo.
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