quarta-feira, agosto 03, 2011

Divulgação comunicado de imprensa do Bloco de Esquerda

BLOCO DE ESQUERDA REPUDIA AUMENTO ABUSIVO DOS CUSTOS DE MOBILIDADE DOS CIDADÃOS DO DISTRITO DE SETÚBAL

O Bloco de Esquerda repudia o aumento indirecto dos impostos dos cidadãos do distrito de Setúbal, por via da entrada em vigor dos novos tarifários nos transportes públicos, bem como da reintrodução de portagens na ponte 25 de Abril, durante o presente mês, e da nova revisão das tarifas anunciada para Janeiro de 2012.
Estas são medidas que penalizam flagrantemente as populações e agravam a injustiça social e a sobrecarga orçamental a que as famílias do distrito de Setúbal estão sujeitas, tanto mais injustas quando as suas condições de vida têm sido agravadas pelas medidas impostas pelo acordo com a troika e aprofundadas pelo Governo liderado por Pedro Passos Coelho. Por outro lado, são evidentes as implicações negativas directas na economia da região, contribuindo para o agravamento da crise.
Em comunicado, o Ministro da Economia e do Emprego justificou as medidas «face às dificuldades que o país atravessa e aos compromissos de redução de despesa pública assumidos pelo Estado». Um dia após a entrada em vigor das novas tarifas nos transportes públicos, o ministro Álvaro Santos Pereira admitiu uma nova revisão dos preços no início do próximo ano, «em linha com a inflação».
Os sucessivos aumentos das tarifas não se fizeram acompanhar do necessário incremento da qualidade do serviço prestado ou do investimento na promoção do transporte colectivo, e são muitos os exemplos de localidades sem quaisquer vias alternativas de mobilidade.
Recorde-se que é somente no rio Tejo que a travessia de uma barreira geográfica (rio) está sujeita a pagamento de portagem, sem que existam sequer alternativas rodoviárias viáveis. A Área Metropolitana de Lisboa constitui assim a única área económica do país com estas características, ficando em clara desvantagem face a outras regiões, nomeadamente a Área Metropolitana do Porto, onde a travessia do rio Douro não está sujeita a pagamento de portagem.
As populações do distrito de Setúbal têm sido, ao longo dos anos, prejudicadas diariamente pela ausência de um verdadeiro serviço público de transporte colectivo, bem patente nas parcerias público-privadas existentes. Basta recordar a recusa no alargamento do passo social à Fertagus e ao Metro Sul do Tejo, a supressão de carreiras dos Transportes Sul do Tejo, a redução de horários da Transtejo ou da Soflusa, sem esquecer os preços praticados pela Fertagus, que cobra aos utentes mais do dobro pelo mesmo troço efectuado por outra operadora (CP).
A ausência de um sistema de acessibilidades sustentado que garanta a mobilidade, a preços justos, das populações do distrito de Setúbal, é uma realidade que urge inverter.
O Bloco de Esquerda considera que a sobrecarga imposta pelas medidas de aumento das tarifas nos transportes públicos e de portagem na travessia do rio Tejo são um erro e que não devem ser os cidadãos a custear os negócios ruinosos das parcerias público-privadas.

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