Para muitos as contas fazem-se em escudos...

Hoje estive no hospital do Barreiro, para lá chegar e voltar paguei mais de um conto e duzentos - sei que de comboio é mais barato, mas acontece que a velhota tem 82 anos e ainda por cima o elevador está muitas vezes avariado, logo, nem sequer arrisquei, fui de autocarro. É assim impossível compreender as explicações do Srº Ministro das Finanças sobre o Orçamento Rectificativo, com aquela conversa de que aquilo serve o povo, enquanto de hora a hora os meios elementares para a vida vão sendo destroçados.

Mais triste ainda, é chegar a casa e ouvir em repetição o Srº Mira Amaral dizer que são invejosos todos aqueles que criticam quem recebe mais de cinco mil euros mensais e tem um BMW, para de seguida defender a austeridade, mais sacrifícios, como fórmula inevitável para a saída da crise, isto sem pronunciar uma única palavra em relação aos criminosos que se amanharam com o BPN, banco que o próprio acabou de comprar por uma pechincha.
Depois do que ouvi, de tanta sobranceria e cinismo a cair em cima daqueles que continuam a ter de fazer contas em escudos, resta-me a indignação e o dever de lhe dar sentido, o dever de encontrar a melhor forma de intervir e agitar, engrossando uma resposta colectiva e possante, contra tais politicas e seus tratantes.