No dia das eleições já pela noite dentro, na RTP confrontaram o Manel Carvalho da Silva com a necessidade de um acordo social, com a necessidade de facilitar o cumprimento do Plano da Troyca, com a inevitabilidade de compromissos que travem a conflitualidade social. O Manel respondeu bem, embora na circunstância diplomático demais para o meu gosto.
Que compromisso é que é possível estabelecer com quem pretende legalizar a impunidade? com quem pretende reduzir salários e não pagar trabalho extraordinário? com quem pretende ampliar a precariedade? com quem pretende despedir por dá cá aquela palha? com quem pretende restringir direitos elementares, promovendo o retrocesso civilizacional? com quem considera que tudo isto é uma revolução cultural necessária?
É caso para reflectir, se com tanta elevação cultural ainda não acabamos na escravatura.
Pois o único compromisso aceite pelos agiotas e seus fieis representantes, seria abandonar o direito à greve, à legitimidade de reagir ao estado de miséria que pretendem impôr, a desistir de manifestações - ficando apenas com o direito de entrar em peregrinações, fazendo preces à Santa para que acabe com o desemprego e a miséria, que nos oferte miraculosamente melhores dias - e deste modo garantirem a protecção da policia, ambulâncias e comida fornecida pela CÁRITAS e o Banco da Fome.
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