A estória começa assim:
Era uma vez um concelho, onde um único jornal por assinatura e venda, se conseguia ir mantendo minimamente independente, caso raro no caciquismo local.
È claro que com o aparecimento de jornais de distribuição gratuita, que ganharam espaço na formação e informação, as coisas complicaram-se para esse jornal que começou a correr rio abaixo em direcção à foz, sem que qualquer reme o conseguisse travar, por muito que o homem do leme o tentasse impedir.
Mas após alguns jantares e outros encontros, eis que surgem duas personagens locais que felizmente decidem fazer de reme, e salvar o jornal, colocando-o de novo rio acima.
Mas não é que o homem do leme do dito jornal não aprendeu nada com a lição e voltou a pecar, ao manter-se minimamente independente, ao ter a ousadia de se colocar junto dos cidadãos contra o caciquismo, mesmo sem criticar as opções caciquistas, critica os métodos dos caciques para afastarem a população das decisões que a todos dizem respeito, e que a todos estavam, estão e vão no futuro afectar.
Ora, tal bastou para que os caciques, num colectivo impressionante, tocassem os sinos a rebate, (qual fogo nas antigas florestas do concelho, hoje substituídas por betão e mais betão pela politica caciquista) e exigissem que ninguém mais comprasse, escrevesse, publicitasse ou lesse tal jornal, fonte do pecado que graça no concelho.
Mas, qual Adelino Ferreira Torres, que comparado com este caciquismo não passa de um aprendiz) eis que os caciques chefes desta estória, decidem dar mais um importante passo e convocar para um repasto os remes de tal jornal e categoricamente lhes dizem, “… se querem continuar a progredir no concelho, tem que recolher o reme, e deixar que tal fonte de pecado, vá, rio abaixo até que se afunde…”.
Conta-se que um dos remes vacilou, recuou e dobrou os joelhos, mas o outro, ao que contam as mosca que pairavam sobre o repasto, mandou o(s) cacique(s ) à fava tratando-o(s) até de forma deselegante.
Os cidadãos de tal concelho fartos do caciquismo, e acreditando no que as moscas contaram, esperam que tal personagem se mantenha nesta posição vertical e colabore com o seu apoio ao jornal, para que a notícia, a entrevista, a denuncia e o esclarecimento, se continue a fazer com a independência necessária.
Todos temos a obrigação de ler e contar esta estória aos nossos filhos, netos, amigos e vizinhos, pois só divulgando uma estória* deste tipo, poderemos evitar que a mesma se transforme em história**.
Não eram as estórias dos nossos avós autenticas lições de vida?
António Chora
Dirigente Nacional do Bloco de Esquerda
Membro da Assembleia Municipal da Moita
Dicionário de Português da Porto Editora on line
* Estória – história de carácter ficcional ou popular;
**História – narração crítica e pormenorizada de factos sociais, políticos, económicos, militares, culturais ou religiosos, que fazem parte do passado de um ou mais países ou povos
2 comentários:
Caro António, a verdade é que "O RIO", me salvou da total invisibilidade a que a CMM me tinha votado a partir de 28 de Março de 1997*
*detalhes a serem divulgados, ou não, conforme o estado do tempo.
L+G
Isto não é uma Estória, mas pode ser a história de uma grande desgraceira em que a falta de principios é tanta, que já nem é uma vergonha, pois esta por cá acabou à mais tempo.
Será que os militantes comunistas deste Concelho se transferiram para outros lados? deixando isto entregue ao piorio que existe por aí...
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