12,5 MIL MILHÕES DE EUROS, segundo o Tribunal de Contas foram objecto de transferência corrente dos Gabinetes Governamentais para as mais variadas entidades públicas e privadas sem qualquer fiscalização - sendo uma prática anómala e sistemática de ao longo de um triénio, se inscrever, como despesa dos gabinetes, avultadas verbas destinadas a serem transferidas a entidades estranhas sem qualquer contrapartida ou qualquer actividade de apoio à acção governativa. São 12,5 mil milhões de euros gastos apenas pelos Governos de Durão Barroso, Santana Lopes e Sócrates.
Trata-se de um montante que daria para dois aeroportos.
Não existem palavras que possam explicar tamanha bagunça. Ocorre-me apenas interrogar:
- Até quando é que os deserdados deste país se dispõem a suportar merda desta!?
5 comentários:
ainda dizem aue somos um país pobre!
Os deserdados deste país aguentam esta merda enquanto votarem neles não é?
Ou eles não foram eleitos pelos deserdados?
" Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, - reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta (...)
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta ate à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida intima, descambam na vida publica em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na politica portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro (...)
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do país, e exercido ao acaso da herança, pelo primeiro que sai dum ventre, - como da roda duma lotaria.
A justiça ao arbítrio da Politica, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas;
Dois partidos (...), sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes (...) vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, - de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar (...)"
Guerra Junqueiro, in "Pátria", escrito em 1896
Isto é uma carneirada capada. Já não vai lá...
Ou eles não foram eleitos pelos deserdados?
Com a abstenção que se conhece, eles foram eleitos pela maioria da medrosa classe média mais os mobilizáveis que transformam em sonho as aldrabíces que lhes pregam.
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