segunda-feira, fevereiro 26, 2007

S/declaração politica dos eleitos da CDU

Só uma excessiva ingenuidade pode impedir de perceber que o esquema adoptado pelos eleitos da CDU "cheira a tauromaquia"- Numa boa chiquélina, o toiro rodopia sem volta. Não viu ninguém, apenas o vulto do capote. O inimigo é abstracto, anónimo e anticomunista.
-Já está a ter efeito, os eleitos estão felizes!
Nada disseram das acções e ocorrências, nem das movimentações de figuras que nos bastidores constituiram uma aliança espúria, que durante vários anos conseguiram influir na revisão do PDM no sentido de garantirem a exclusividade de interesses próprios, à sombra da legalidade, no pressuposto da defesa do bem público.
Trata-se assim de uma declaração politica marcada pela mistificação mais despudorada dos factos, verborreia pedante e hipócrita na mais desbragada demagogia. Com esta estratégia e com estas armas pretendem camuflar os estranhos envolvimentos referenciados na imprensa relativos ao processo de revisão do PDM, desviando a verdade que importava repôr, desviando o caminho da responsabilização.
A actual proposta de revisão do PDM incorpora, como necessáriamente o deve de fazer, a evolução na ocupação do território ocorrida ao longo destes 20 anos que distam da elaboração do PDM em vigor, mas não deveria incorporar e ainda menos consolidar alterações do uso do solo de duvidosa legalidade, em que não se vislumbra a defesa do interesse público, sobrando apenas pouco para a comunidade, na certeza de grandes ganhos para a tal aliança espúria.
A transparência de todo o processo esfuma-se na ajeitada interpretação de leis e regras, nos forjados meios burocráticos à dimensão dos destinados.
Nesta declaração politica, espantam as formulações utilizadas na referência a exemplos concretos da bondade deste PDM, - comparáveis às usadas por uma qualquer gestão autárquica do PS, PSD ou CDS num qualquer Concelho como o de "Pimpães", traduzindo o mesmo estilo de gestão, o mesmo discurso. Sempre assente na inevitabilidade de condicionar o bem estar e o desenvolvimento, à primazia e astúcia dos mais poderosos.
Acrescer o chavão "desenvolvimento sustentado" à suposta estratégia incerta no PDM, não passa de paleio desbragado, sem senso, ou então próprio de quem conhecendo rejeita a realidade. Estamos num país estupidamente litoralizado, desventrado, com uma maioria de eleitos politicos que promovem o "furo" aos próprios planos e projectos que propõem e aprovam, exactamente como vós.
O "esclarecimento" do Presidente e esta Declaração Politica da CDU, é música a dois compassos que para vossa felicidade já está a ter efeito; na Assembleia Municipal prevaleceu o silêncio, não vá o trombone tocar, é que por lá, vindo de outras bandas do Concelho, senta-se quem tenha rabos de palha, outros até ramos de sobreiro. Que triste felicidade a vossa!
Mas a vossa música não agrada a muitos que convictamente acreditam no ideário da CDU, e ainda menos aos militantes comunistas que conhecem os princípios e orientações estratégicas para a frente de trabalho autárquico, aprovadas no XVII Congresso do seu glorioso Partido.
Tal como eles, aguardo um comunicado da Comissão Concelhia da Moita.

2 comentários:

Anónimo disse...

Custa-me ser desmancha-prazeres, mas sou compelido a esclarecer que será de certo modo muito frustrante..."esperar por uma tomada de posição política da Concelhia do PCP".

Na verdade, em Municípios como a Moita, a liderança política, psicológica e administrativa dos que simpatizam com o PCP e são amigos do PCP reside só e apenas num pólo.
Esse pólo na Moita dá pelo nome de João Lobo.

E porquê?
Porque nesta farsa de vida democrática impera o princípio “tudo pela Câmara, nada contra a Câmara”
No passado, a formulação tinha uma “nuance” diferente, lembram-se?
Era do género …”tudo pela Nação, nada contra a Nação”.

Pior, a coisa agrava-se por se cultivar hoje por estas bandas uma miscelânea onde a Câmara se confunde com o Partido e o Partido com a Câmara.
E onde quem representa um e a outra é o Presidente da Câmara.

A situação não é inédita. Entre nós, a escala é a pequena escala.
Mas noutros lugares, noutros momentos, impérios houve que implodiram por promiscuidades desse tipo, onde o rastilho se chamou poder de estado.

Aí, o Partido e a Câmara, isto é, os Governo, tinham poder efectivo, e cair no seu uso abusivo a torto e a direito foi um ai.
Poder de que tanto se abusou que houve um dia que o Povo não mais aguentou.

Tudo isto só é possível pela preguiça mental e pela enorme debilidade intelectual e organizativa do Partido na sua estrutura local e regional, e pelo autismo, desinteresse, rédea solta e “deixa correr” das estruturas de direcção nacional, face à realidade local.

E claro, por um outro mal horroroso: a subserviência de homenzinhos e mulherzinhas debaixo do poder psicológico, administrativo e económico/administrativo de um leader, ou de um arremedo de leader.

Mau, já me esqueci de que Partido estou escrevendo.
Ah, já sei, é sobre o PCP e sobre a Moita.
É que poderia estar a divagar sobre outro qualquer Partido noutro qualquer Município que, com excepções honrosas e dignas, que as há, as coisas não seriam talvez muito diferentes.

Má sorte a nossa, coitados dos outros também, remédio há mas não se compra.
Faz-se, cria-se, ergue-se alto o remédio e mai’lo que o cria e o toma em suas mãos.

Sorte boa apesar de tudo a nossa, pois aqui e agora nem todos dormem, muitos há que andamos de pé, alevantados.

E isso não é grande notícia para os que não prestam nem para os que os suportam deitados.

Anónimo disse...

Notícia de última hora :

Segundo fonte fidedigna, que solicitou o anonimato, sabemos que a resposta do partido sobre a situação na Moita será difundida juntamente com a resposta do mesmo partido sobre a demissão de Carlos Sousa e Aranha Figueiredo...