segunda-feira, abril 17, 2006

Deslocado em trabalho

Ficámos numa pensão rasca. Antes de deitar-me desci para beber um café, optei por uma meia de leite, enquanto bebia folheei revistas e restos de jornais mal arrumados numa pequena mesa redonda de pé de galo. Numa capa colorida de uma observei numa amálgama fotográfica, o Presidente de Portugal e sua Dama, a Letizia e o Filipe, a Cinha, a Lili e aquela coisa que não é gaijo nem gaija que aparece nas TVs, li uma frase " Continuo a pensar que a invasão foi honrosa", curioso desviei o que estava por cima, reparando que não era o título mas uma frase em destaque do artigo "O Pesadêlo Iraquiano", assinado por uma fulana numa revista domingueira do Público.

Ao lado a página Tarot, onde Maia com y destaca a conjuntura positiva das Virgens, olhei de relance para a TV que só por descuido parou na 2, por segundos vi porrada no Nepal.

Decidi ir dormir, sem recear pesadêlos, sorrindo-me, é que até a puta da mesa tinha pé de galo.

Ao amanhecer, ainda antes do pequeno almoço, surripiei da revista a tal página, o rasgo foi desajeitado, ficando por lá a foto e parte do nome da autora, sobrou Mónica, não é de certeza aquela que o viu na "Cama com Ela", a deste poema já célebre que daqui a cem anos por este andar cultural, ofuscará Camões, Pessoa ou Saramago. Concerteza que não será esta Mónica que é de Sintra, aliás incapaz de escrever uma merda daquelas.

É outra, por certo daquelas auto presunçosas por inumeras viagens, já afeitas à pequenez do seu mundo do bem bom, pragmática e caridosa, com a mente sustentada na sobranceria Ocidental, em que os demais no mundo estão a mais. É muito culta mas vulnerável nas convicções, deslizando por sacro oportunismo da profecia à incredulidade. Como ela própria escreveu "Não sei se por teimosia, se por convicção, continuo a pensar que a invasão foi honrosa... O mundo moderno divide-se em dois campos hostis, mas a luta já não é entre a burguesia e o proletariado, mas entre o Ocidente e o Islão. O futuro não é risonho."

Seja ela quem fôr, pois não estou para o esforço delicado de a tratar pelo nome, trata-se apenas de uma gaija com espaço no Público, que sem saber se por teimosia ou convicção, irá apoiar a invasão do Irão, da Venezuela, ou de outro país que os STATES entendam invadir.

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