domingo, março 19, 2006

Graças a Deus, sopa não vai faltar...

Neste País cresce a ofensiva anti-social, configurada nas falsas juras de respeito à Contituição, por parte dos mais proeminentes eleitos politicos, cuja actividade assenta na facultação de politicas, que no plano económico tem sido fértil pasto para os poderosos do capital, cujo desenvolvimento, tem gerado o aumento das desigualdades sociais, aprofundado o fosso que separa ricos e pobres.

O desemprego cresce indecifrável e acima dos indicadores do INE e do IEFP, é incalculável o número de empresários à beira da falência, aumentam os excluídos (até sem direito a estatística) complica-se o acesso aos serviços de saúde - a lástima prossegue em quase todos os sectores de actividade. O déficit agrava-se apesar do aumento dos impostos, a imaginação privatizadora elevada ao absurdo já não enconta "aneis" nos dedos... só o malabarismo de Sócrates no seu estilo angélico, semanalmente consegue propalar medidas iludindo a realidade, cujo oportunismo chegou ao ponto de considerar as anunciadas OPAs como claro sintoma da retoma da confiança dos portugueses.

É preciso não ter vergonha. O que é que as OPAs, tais chorudos negócios da Bolsa que não deixa de ser pindérica, vão influir na realidade da vida da maioria das familias portuguesas?
O 1º ministro percebe bem do assunto, sabe isto, mas prefere confundir, aldrabar.


Valha-nos a Quaresma, cuja penitência purificadora, exaltada pelo jejum e abstinência, fará ressurgir a Caridade Cristianíssima. Estamos quase a entrar nesta inevitável fase caritativa, onde se adiam e ofuscam as verdadeiras soluções para os problemas sociais, embevecendo os espíritos com uma sopas quentes.
Para a Igreja, à falta de milagres não existe melhor que a distribuição de sopas. Basta-lhe retirar uns trocos aos astronómicos lucros das instituições financeiras em que detém controlo estratégico.

Graças a Deus, pelo menos sopa vamos ter.
Estará garantido o fornecimento, caso a crise se agrave, sem que sejam necessários protocolos com os respectivos e maiores grupos bancários.

No mercado social é astronómico o império da OpusDei. É uma teia internacional que junta instituições americanas, italianas, espanholas, francesas, brasileiras e ainda off-shores como os da Madeira e S.Domingos entre outros, contando ainda por cá com o Milénio BCP, Santander e Caixas de Aforros.

É por isto que o Srº 1ºMinistro faz e diz o que quer. Ele sabe que nesta fase a Igreja funciona e que p'ró pessoal desde que exista sopa a "coisa não estoira".

Eles sabem que a Igreja possui grandes meios, capazes de garantir o ciclo hipócrita de socorrer a quem pelo sistema, ajudou a arruinar.

Resta-nos desejar que nesta Quaresma aconteça a purificação, que o Espírito Santo os ilumine - para que a abençoada sopa se multiplique, chegando a todos.

Amen

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