A Troyca está satisfeita com a prestação subserviente dos governantes portugueses pelo cumprimento das soluções contractualizadas para o empobrecimento do país.
Entre a burla, a doideira e o cinismo - aparecem os dados insuspeitos do INE, do Banco de Portugal, Eurostat e OCDE, descobrindo-se que a economia reduziu 1,5% em 2011, sendo que só nos últimos três meses reduziu quase o dobro daquele valor. A queda do consumo público deverá andar pelos 7,5% entre 2011 e 2013. O ritmo das exportações está a diminuir, verificando-se em Dezembro de 2011 menos 4,4 % que no mês homólogo de 2010.
Nas contas públicas, o défice em 2011 ultrapassou a previsão do OE em 1.893 milhões de euros, onde a despesa desceu para 440 milhões e as receitas reduziram 2,332 milhões de euros. A dívida portuguesa aumentou em cerca de 20% e os juros da dívida, para prazos de 10 e 5 anos estão entre 14,5% e quase 19%.
Com o desemprego a 13,6%, deixando de fora quase tantos que nem direito têm a integrar as estatísticas, mais o aumento generalizado do custo de vida acrescido do congelamento e redução salarial, cujos efeitos se manifestam de diferentes formas, como a existência de cerca de 700 000 famílias em incumprimento com o pagamento das suas habitações, ou a crescente humilhação de terem de recorrer à la mierda de la caridad cristianíssima - sem dúvida o melhor indicador do empobrecimento generalizado, que se verifica na sociedade portuguesa.
É isto a essência daquilo que consideram ser um sucesso perante a Troyca, exactamente a justificar o conteúdo dos discursos abjectos, proferidos por ministros, comparsas e demais comentadores, que até conseguem sorrir, neste cenário macabro gerado em nove meses pela aplicação do tal memorando dito "regenerador".
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