Depois de intensos discursos a diabolizar os partidos, a defender a redução do número de deputados na Assembleia da República e a "denunciar" clientelas, o novo ami de Soares, aceitou candidatar-se pelo PSD, com a garantia de em caso de vitória vir a ser o Presidente da Assembleia, ou seja o 2º lugar da hierarquia da República Portuguesa.
De pessoa séria e humanista, em poucos meses resvalou para a parvoíce, cuja acumulação de disparates, não só retira seriedade ao convite de Passos Coelho, como escancarou a fraca estrutura de pensamento que tem. Fernando Nobre não é para levar a sério.
2 comentários:
Percebo - eu que ponderei votar Nobre e disso profundamente me arrependi - o sentimento de revolta dos muitos que nele votaram, na convicção de que era um candidato anti-sistema, mas essa revolta não resulta também de não terem ouvido o que o candidato de facto disse em campanha, mas terem antes elaborado uma apreciação baseada em slogans ou estados de espírito? Não é verdade que Nobre afirmou claramente que não tomaria partido numa eventual segunda volta entre Cavaco e Alegre? Isso não foi bastante para quem se afirma de esquerda arrepiar caminho?
Enfim, com o ruído que alguns à esquerda estão a fazer sobre Nobre, o que está a acontecer é que quase ninguém fala da presença de Manuel Alegre na direcção política de José Sócrates. Esse mesmo Manuel Alegre, também ele candidato da cidadania, primeiro em versão “a capella” e depois no tandém PS/BE, em que a pedalada conjunta o levou a uma estrondosa derrota.
O que têm a dizer agora aqueles que apoiaram Alegre, explicando que Sócrates só o apoiava por hipocrisia, porque o candidato do PS era Cavaco? Confusos? São consequências do taticismo político.
Nobre e Alegre revelam-se, na expressão popular, farinha do mesmo saco, ao colocarem-se ao serviço de Passos Coelho e Sócrates, depois de soltarem lágrimas de crocodilo pelo povo durante a campanha presidencial. Oxalá esse saco não volte a ser aberto pela esquerda consequente. Sob pena de lá virem mais lágrimas de crocodilo.
O drama de muitos portugueses, alguns até capazes de dar tudo pela liberdade, só não votam CDU e optam pontualmente por votar em trafulhas, porque a CDU pouco fez para desmontar a diabolização pós PREC, que as classes dominantes promoveram - preferiram a nostalgia por paraísos perdidos, facto que assusta em caso de exercicio do poder.
Da minha parte, concluí que se podessem matavam-me à fome, mesmo sem crise.
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