É claro que na situação actual, qualquer luta contra medidas que visem impôr a vontade dos Supra Agiotas a que os governos da UE prestam vassalagem, merecem-me a maior das atenções.
Deste modo, a greve dos Controladores Aéreos de Espanha, que dizem sem pré-aviso, gerou-me algum entusiasmo, não por prever pelo efeito qualquer cedência do governo de Zapatero, mas por mais um registo e um exemplo a estudar - pois não sendo um método lícito à luz das leis, ele pode ser legítimo no mesmo quadro Constitucional, sendo possível e porventura necessário que comecem a aparecer exemplos destes em Portugal.
.
Não pretendo com isto, num ponto de vista sindical a que se estabeleça tal método ou a animar a que os trabalhadores o usem à revelia dos seus sindicatos - pretendo apenas fazer entender que actual conjuntura marcada por PECs, de onde muitas medidas decretadas são claramente incontitucionais, percebendo-se até da parte de vários governos europeus, entre os quais o nosso, o desejo confesso de criar interregnos constitucionais, procurando para o efeito ajeitar os tribunais a decisões e jurisprudências conformes às suas vontades - é provável e começa a ser necessário que a questão da legitimidade, mais que a legalidade, comece a ganhar força e sentido na preparação de qualquer luta.
.
Os governos sabem que as medidas que têm vindo a ser impostas, pela desigualdade, injustiça e atraso civilizacional que comportam, não irão colher consensos alargados e apaziguadores, estando tão certos disto, que até começaram a encher os paiois de material para reprimir.
Esta imagem que infelizmente não é virtual, vai naturalmente empurrar-nos para acções em que nos basta apenas o direito à greve estabelecido na Constituição da República* - o resto, serão legalismos abafados pela legitimidade.
.
*na ditadura também se fizeram muitas greves, todas assentes na legitimidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário