Modernidade, Competitividade,
Crescimento e outras trêtas ...
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são velharias que assentam em falsos conceitos, impedindo de facto a que surjam condições para uma economia civilizada que crie empregos, que gere uma distribuição menos desigual, social e regionalmente, dos rendimentos e da riqueza e que seja ambientalmente sustentável.
A postura acrítica do Governo, do Presidente da República, do PS e do PSD em relação a todas as decisões com incidência económica e financeira que partem da UE, concretamente das elites dos países centrais, os grandes beneficiários do processo que decorre, em conjunto com o sector financeiro e respectivos capitalistas, consente que empurrem vários Estados Membros, incluindo Portugal, para um cenário em que a compressão interna prolongar-se-á por muitos anos, sendo deste modo inevitável o seu empobrecimento relativo - entretanto, embuídos de "elevada sensatez para acalmar os agiotas", que considero de capitulação, não reparam ou não querem reparar, que tal caminho agrava a construção já de si disfuncional da zona euro, em que a politica orçamental e monetária mantêm-se artificialmente separadas.
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Ao invés disto, o importante seria que os nossos governantes tivessem a coragem de dizer em Bruxelas, que a recessão, o desemprego e os desiquilibrios externos não serão desfeitos sem uma politica pública de estímulo económico à escala europeia, que faça convergir a politica orçamental e monetária, posto que pelo actual rumo, irão alastrar os problemas de incumprimento e estruturação da divida pública e privada, acrescentando factores de ameaça à zona euro.
A verdade é que o Governo/PS com o acordo do PSD, mais a "sensatez" do Presidente da República, aposta na austeridade com cortes e deflacção salarial para corrigir os desiquilibrios com o exterior, de cuja elevadíssima dívida externa, 76% é de origem privada, numa U. Europeia construida para que o trabalho seja visto apenas como um custo a conter e não como uma fonte de procura.
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Não sou expert nestes assuntos, mas já percebi pela infindável austeridade que aí está, que a Modernidade estará próxima pela suspensão senão mesmo destruição da regulamentação laboral, que a Competitividade deixará de ter outras envolvências a não ser o custo do trabalho, que o Crescimento será traduzido pelo aumento da pobreza relativa, vigorando o diabólico lema :
" Muito Ricos, Muitos Pobres".
2 comentários:
Para o Arre Macho o governo é mau, a oposição é má, nomeadamente o PSD, o PR é mau mas, não fala do povo.
Todos são maus mas o povo é bom! Será? Mas se as pessoas que nos governam, quer seja no governo, na AR, na PR, deputados, presidentes de câmara, etc, vêm do povo que acha? Será realmente este povo bom? Dê-se ao cuidado de o analisar comparando-o com outros povos e verá que chega a conclusões muito tristes sobre a nossa cultura, educação, responsabilidade, deveres, etc. De direitos sabemos nós mas quanto ao resto somos um povo altamente atrasado, pouco culto, (ou temos a 4ª. classe ou somos analfabetos)e muito mas muito mal educado e pouco respeitador de leis e de deveres.
Embora despropositado em relação ao post, apraz-me lembrar-lhe que o povo é o que é em resultado da socialização de muitos consensos forjados e promovidos pelos fazedores de opinião, estes,sempre apoiados pelos que estão ou estiveram no poder.
Foi assim na ditadura e é assim nas democracias onde a escolha democrática se esgotou nas afeiçoadas alternâncias.
Sobre a nossa cultura, educação, responsabilidade e deveres, naturalmente que já estou triste há muito tempo - quando observo gente tão bem formada, "descendentes de tão boas familias", eleitos pelo povo envolvidos em escandalos clamorosos de corrupção e roubalheira à pazada, não só acabarem impunes, como pela imagem gerada, promoverem o desgraçado consenso à volta da irresponsável ideia, "se eles gamam, porque é que eu não posso gamar?"isto num cenário consumista em que aumenta o número daqueles que se acham com direito a ter tudo.
Cá por mim, que me entendo com direitos e deveres, pretendo não cair no conformismo e na indolência que todos os dias me propõem. Recuso tais consensos e exactamente por isto, lá vou estar na manif. contra a NATO dia 20 e a apoiar a greve geral no dia 24.
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