(fado explícito)
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Ouvi Cristina Nóbrega pela primeira vez há dois anos numa Festa da Moita, quando o pessoal arrumava a tralha ao fim do "dia do fogareiro".
Então apercebi-me, apesar dos copos, que valia ali estar, pois o Fado não só estava a sério, como distante daqueles grunhidos lamurientos, com que alguns sinceros amantes do fado, convencidos, desafiam os décibeis excitando-se a eles e chateando os outros com tamanha gritaria.
Então, longe de saber que já merecera boas apreciações da crítica e até o Prémio Revelação da Fundação Amália Rodrigues, registei com apreço a sua actuação.
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Recentemente calharam as circunstâncias, algumas afinidades mais a sorte, sim a sorte, pois ir ao Clube de Fados, teso e em tempo de crise, não é para todos - fui assistir à apresentação do seu novo CD, "Retratos", com poesia de Miguel Torga, Fernando Pessoa, Augusto Gil e Florbela Espanca.
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Garanto-vos, trata-se do Fado a viajar em beleza,
a elevar-se ao erudito.
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