sábado, julho 17, 2010

A porrada que venha ...

Sem ser um expert em economia e finanças, tenho procurado entender por qual a razão de na União Europeia previligiarem até à obcessão o controlo do déficit das contas públicas, com a agravante de em plena crise, ou seja, nas crises que se sucedem, ser a opção prioritária a justificar os PECs.
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Ora, estando comprovado tratar-se de uma crise mundial, é estranho que só os países da UE apostem no controlo obcessivo para atingir a meta de 3%, estratégia que a maioria dos quase duzentos países do mundo não acompanham. Sem perceber disto, ainda me parece mais estranho que o factor dívida externa apareça em segunda prioridade. Ora, se a redução do deficit público pela bitola PEC obriga à diminuição do investimento público,
à redução da intervenção do Estado na economia, à redução dos sistemas de protecção social, saúde e ensino e à pressão para a redução salarial - como é que é possível implementar qualquer estratégia para um crescimento sustentado que permita diminuir a dívida ?
Ficando pelo que me parece - trata-se de uma estratégia traçada pelos poderosos e autorizados especuladores financeiros, que manuseando a divida externa de cada país da UE ao seu jeito, moldam condições para atingir objectivos politicos que se traduzam na desregulamentação generalizada de tudo o que define o chamado Estado Social Europeu, objectivando deste modo reduzir os actuais parâmetros de vida existentes, na busca de atingir níveis de competitividade equiparados aos dos países das economias emergentes, como o Brasil, Indonésia, U.Indiana e China.
Mediante isto, é o que parece, começo a perceber a inevitabilidade que traduz a frase, por aí cada vez mais consentida - "isto vai ser pior para filhos e netos".
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A ser assim, não lhes quero dar de barato tais objectivos - não sou defensor de uma Greve Geral certinha e cumpridora das exigências constitucionais, até porque não só a Constituição já está em farrapos, como cresce o número de politicos eleitos e elegíveis, que pretendem compatibilizar a escravatura com a liberdade.
Cá por mim, uma Greve Geral acompanhada de desordem social e proseguida com disponibilidade para o que der e vier, é um dos caminhos para a descoberta e imposição de soluções.

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