Bem lembrado. O Cais das Colunas, hoje, está ensombrado pelas obras que existem um pouco por todo o lado no terreiro do Paço, mas a 13 de Maio (??), já estar todo pipi; mas é um local giro. As demais recordações, foram "equipamentos" que retenho na memória, os mesmos e a sua utilidade ... Para falarmos no nosso Municipio da moita, havia um chafariz no Bairro Gouveia, perto de uma cabine da EDP, muito giro, e talhado; embora não em funcionamento, deveria ser conservado porque éuma memória, e até não ocupava espaço nenhum. Foi arrancado, há cerca dois ou três anos ...
Damasceno foi o Director de Recursos Humanos da Empresa. Gosto especialmente desta passagem:
9.4. A RELAÇÃO COM A COMISSÃO DE TRABALHADORES A opção por uma relação privilegiada com a comissão de trabalhadores pressupôs que a escolha dos membros que integrariam esta futura estrutura representativa não fosse deixada ao acaso! Quando se começou a pressentir o desejo de constituição desta estrutura, provavelmente estimulada pelos membros ligados aos sindicatos da CGTP — muitos deles eram desconhecidos formalmente por não quererem revelar a sua identidade —, a empresa rapidamente «entrou em jogo». Contactou sigilosamente o director de cada uma das áreas para que este indicasse nomes de trabalhadores de «confiança » que pudessem integrar a futura estrutura. A escolha de um «líder» para esta comissão que inspirasse a capacidade de defesa dos interesses dos restantes colegas e que, simultaneamente, revelasse à empresa as informações necessárias foi ainda o aspecto mais difícil de ultrapassar. Tudo isto acabou por ser obtido através de um convite dirigido a um membro que mostrava enorme capacidade de persuasão dos colegas e que era permeável a uma forte influência. Foi com este dirigente da comissão de trabalhadores que a empresa estabeleceu uma entente cordiale que permitiu, na véspera dos grandes embates, conhecer antecipadamente, através de uma reunião sigilosa entre ele e o director de Recursos Humanos, quais os pontos que seriam objecto de análise na reunião do dia seguinte e a provável maneira de os ultrapassar. Nas eleições para a constituição desta comissão acabaram por aparecer duas listas: uma integrada e liderada por delegados sindicais afecta à CGTP (lista A) e outra constituída, preparada e devidamente suportada pela empresa em sessões de esclarecimento realizadas para o efeito (lista B). Esta segunda lista, inicialmente defendida pelo grupo de trabalhadores independentes de que já se falou — mas que não integravam a lista —, teve uma dupla missão: viabilizar não só uma estratégia de consenso, como anular a força veiculada pelos sindicatos. O risco que a empresa correu foi grande, mas a encenação, o planeamento e a capacidade persuasora e manipuladora de alguns gestores permitiram um enorme êxito.
2 comentários:
Bem lembrado. O Cais das Colunas, hoje, está ensombrado pelas obras que existem um pouco por todo o lado no terreiro do Paço, mas a 13 de Maio (??), já estar todo pipi; mas é um local giro.
As demais recordações, foram "equipamentos" que retenho na memória, os mesmos e a sua utilidade ...
Para falarmos no nosso Municipio da moita, havia um chafariz no Bairro Gouveia, perto de uma cabine da EDP, muito giro, e talhado; embora não em funcionamento, deveria ser conservado porque éuma memória, e até não ocupava espaço nenhum. Foi arrancado, há cerca dois ou três anos ...
Este comentário passou despercebido. Mas a ser verdade é grave, muito grave e coloca em sérias dificuldades o BE.
A respeito das eleições sugiro a leitura :
António Damasceno Correia* Análise Social, vol. XXXV (156), 2000, 739-779
A AutoEuropa: um modelo de produção
pós-fordista
Damasceno foi o Director de Recursos Humanos da Empresa.
Gosto especialmente desta passagem:
9.4. A RELAÇÃO COM A COMISSÃO DE TRABALHADORES
A opção por uma relação privilegiada com a comissão de trabalhadores pressupôs que a escolha dos membros que integrariam esta futura estrutura
representativa não fosse deixada ao acaso! Quando se começou a pressentir
o desejo de constituição desta estrutura, provavelmente estimulada pelos
membros ligados aos sindicatos da CGTP — muitos deles eram desconhecidos
formalmente por não quererem revelar a sua identidade —, a empresa
rapidamente «entrou em jogo». Contactou sigilosamente o director de cada
uma das áreas para que este indicasse nomes de trabalhadores de «confiança
» que pudessem integrar a futura estrutura.
A escolha de um «líder» para esta comissão que inspirasse a capacidade
de defesa dos interesses dos restantes colegas e que, simultaneamente, revelasse
à empresa as informações necessárias foi ainda o aspecto mais difícil
de ultrapassar. Tudo isto acabou por ser obtido através de um convite dirigido
a um membro que mostrava enorme capacidade de persuasão dos colegas
e que era permeável a uma forte influência. Foi com este dirigente da
comissão de trabalhadores que a empresa estabeleceu uma entente cordiale
que permitiu, na véspera dos grandes embates, conhecer antecipadamente,
através de uma reunião sigilosa entre ele e o director de Recursos Humanos,
quais os pontos que seriam objecto de análise na reunião do dia seguinte e
a provável maneira de os ultrapassar.
Nas eleições para a constituição desta comissão acabaram por aparecer
duas listas: uma integrada e liderada por delegados sindicais afecta à CGTP
(lista A) e outra constituída, preparada e devidamente suportada pela empresa
em sessões de esclarecimento realizadas para o efeito (lista B). Esta segunda
lista, inicialmente defendida pelo grupo de trabalhadores independentes
de que já se falou — mas que não integravam a lista —, teve uma dupla
missão: viabilizar não só uma estratégia de consenso, como anular a força
veiculada pelos sindicatos. O risco que a empresa correu foi grande, mas a
encenação, o planeamento e a capacidade persuasora e manipuladora de
alguns gestores permitiram um enorme êxito.
Palavras para quê!
Broncas vê-lá se abres a pestana.
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