Os Fantasmas de Sócrates...

Para o actual Governo Os Fantasmas já existem, pois foi o anterior que os pariu e criou, alimentou e engordou até à obesidade. Por isto conhece-os bem.

Por exemplo O Fantasma do ensino e o da justiça atingiram a obesidade crónica, de tal jeito, que só com intervenções cirúrgicas e caros tratamentos, será possível aligeirar a doença porque a hipótese de cura está mesmo distante. Ainda por cima num quadro em que eleitoralmente o absolutismo foi eliminado.

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É claro que da maior parte do programa eleitoral do PS constam objectivos susceptiveis de merecer o apoio do PCP e do BE, nomeadamente o que envolve o investimento público, iten combatido pela direita com as confederações patronais em côro, exactamente aquele com maior incidência na criação imediata de emprego. Mas este como outros, pelo fim do absolutismo, obrigará o Governo ao diálogo e à negociação, que não sendo um mal, é uma grande chatíce para quem durante quatro anos se habituou a decidir e mandar publicar.

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Ainda hoje Jorge Lacão afirmou na TSF, que o Governo está aberto ao diálogo com todas as forças politicas, mas dizendo logo de seguida que o programa do Governo é para cumprir. É claro que governar em minoria não transforma os ministros em funcionários do Parlamento, no entanto é bom que haja tino ou pelo menos que ponham por uns tempos a viola e arrogância no saco, ao menos até que atinjam aptidão para as negociações que inevitávelmente vão ter de existir.

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É que ás vezes os excelsos eleitos esquecem-se de coisas elementares. Por exemplo se o PS pretender governar por decretos-leis, sendo este um instrumento legislativo nas matérias da sua competência própria ou partilhada - qualquer grupo de dez deputados não só pode requerer a apreciação Parlamentar de tais decretos, como colocá-los à votação com efeitos vinculativos.

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Mediante isto e porque ainda é cedo,

por cá fico à espera.