Santo dia...

Hoje é Sexta - Feira Santa

Este dia integra o Tríudo Pascal que é o zénit no calendário litúrgico católico. Por isto a Stª Madre Igreja exorta à celebração e contemplação da paixão e morte de Cristo. Aligeirando deste modo a missa pela não celebração da eucaristia.

Cristo é recrucificado neste dia e amanhã Sábado Santo será venerado em genuflexão. Em muitas localidades realizam-se as procissões do Senhor Morto, habitualmente à noite com muitas velas e cânticos moletos em latim.

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Enquanto acontece este ritual explicável no plano da fé - cresce pelo país a reposição da antiga "sopa dos pobres", já com a certeza do empenhamento do Governo que porá o Estado a subsidiar as instituições da tutela Patriarcal, Cáritas e outras que se responsabilizam por agrupar localmente os pobres, garantindo-lhes comida sem pagar, ou na distribuição de senhas para que se aviem nos super-mercados. É uma decisão pragmática a institucionalizar a hipocrisia.

É por processos destes, que alienam o pensamento e a consciência das pessoas, que encontrando-se sem resposta a necessidades elementares, por compreensível vulnerabilidade, acabam por aceitar e dar expressão a este método barato de ofuscar a realidade social, a caridadezinha.
É por isto que o Governo e a Stª Madre Igreja, esta velha de saber e maldade, preferem as romarias e as procissões - porque nestas os apelos são pedidos lacrimosos, com gestos dóceis e até genuflexão. De tal forma assim é, que em muitas localidades já aparecem autarquias a pretenderem substituir-se à Seg. Social, na aplicação à balda da renda mínima, num indisfarçável apetite de garantir votos para as próximas eleições.

Recorrendo aos evangelhos - estivesse hoje Jesus por cá e seria por Sócrates e pelo Patriarca, considerado um irresponsável e demagogo, porque entre outros exemplos, quando se dirigiu ao Templo com o objectivo de afastar de lá os profanadores, sacerdotes e mercantilistas, não pediu "- Senhores, façam-me o obséquio de sair".

Ele e a multidão que o acompanhava puseram-nos
na rua, até à bordoada.

Não foi uma procissão ou romaria, foi uma possante manifestação, exactamente daquelas que Sócrates e Patriarcas diabolizam.

Hoje na vossa contemplação e compaixão, reflectindo sobre morte de Cristo, lembrem-se, que ele foi condenado à sinistra crucificação eterna, pela objectiva, inteligente e humilde mensagem que legou.