quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Desemprego...

As Estatísticas Falseiam a Realidade

Sempre falsearam em resultado dos critérios estabelecidos para a sua elaboração. Por exemplo os desempregados oriundos de vínculos de trabalho precário, recibos verdes e outros ainda mais sujeitos às candongas, na maioria não integram os cálculos estatísticos - mesmo aos inscritos no IEFP acontece bastar frequentar um curso de Formação Profissional de duas semanas para no respectivo ano não constar para a estatística. Estes e outros critérios permitem os resultados que se observam e deste modo os discursos que se ouvem.
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Portugal é um dos países da UE com maior índice de precariedade, logo um dos que em termos estatísticos melhor pode iludir a realidade.
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Ainda hoje uma nossa conterrânea esteve no IEFP para se inscrever. Na empresa onde trabalhou, nunca descontou, a Inspecção de Trabalho apesar de informada nunca actuou. Hoje, ou melhor, já antes a empresa desaparecera embora tivesse continuado a laborar, não existindo agora forma da pessoa recorrer com validade ao Tribunal, ou da IGT se substituir (testemunhando) à entidade patronal, e deste modo, a pessoa conseguir receber o subsidio de desemprego.
Ficou lá inscrita, recebendo logo a indicação para se dirigir a duas empresas cá da freguesia. Já esteve numa delas obtendo a seguinte proposta: - pegar ás 8 e sair ás 10 - pegar ás 12 e sair ás 14; - pegar ás 21 e sair ás 23. Isto sem registo na S.Social, irá se aceitar, receber 380 euros por mês. Esta mulher que é viúva sem qualquer pensão, tem dois filhos com 11 anos e uma filha com 14.
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No Domingo passado cinco conterrâneos, quase com 50 anos de idade, 3 da Zona Envolente à Praça de Toiros e 2 dos Brejos, pela primeira vez sairam do país para ir trabalhar, isto apesar de algumas condições à partida mal esclarecidas. Todos trabalhavam por via de uma Ag. de Trabalho Temporário, onde acabaram todos burlados e com vencimentos em atraso. Estes nem sequer se inscreveram no IEFP.
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Tratam-se de casos recentes cujo cenário nem sequer foi resultado da actual crise, mas são casos ilucidativos da impunidade que se desenvolveu no país, e exemplo do acréscimo que vai suceder pela oportunidade da crise que muitos já estão a aproveitar.

No momento que vivemos, fazer discursos a justificar politicas pela interpretação de estatísticas, é reduzir as pessoas à frieza dos números, é tentar iludir a realidade, é recusar conhecê-la usando métodos sinistros.

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