... Não é "fashion" defender, agora, o mercado? Não. De facto é dificil justificar perante as famílias ( e as empresas em geral) o dinheiro que o Estado anda a pôr na banca! Mas tem de haver coragem para recusar voltar ao passado. Porque apesar de todos os erros da economia de mercado, vivemos, hoje, melhor com ela do que com uma economia controlada pelo Estado. Basta comparar Portugal da 2ª metade de 70 e 1ª de 80 com aquilo que é hoje.
Na 2ª metade de 70, ou seja com o 25 de Abril generalizou-se a aplicação do salário mínimo nacional, o 13º mês, o subsídio de férias e pensões a quem nem tinha carreira contributiva.
Foi um periodo que beneficiou, dinamizou o mercado interno, onde a maioria das familias passaram a ter frigorifico e televisão, a procurar habitação digna e a exigir e a ter água canalizada e energia eléctica, a comprar os datsuns1200 e os toyotas, de gama baixa mas que eram bem bons. Foi num tempo em que Portugal passou a produzir mais de 70% dos produtos alimentares que consumia.
Já na 1ª parte da década de 80, mesmo contando com factores externos, a crise resultou fundamentalmente de decisões politicas internas, que impuseram o retrocesso na agricultura, nas pescas e na Industria, onde os efeitos de tais decisões resultaram de "jogos monetaristas", ora em juros altos ora em juros baixos, estoirando em duas viradas (6 anos) os sectores produtivos que dependiam quer da exportação quer da importação. Trataram de moldar a economia aos intentos do FMI/CIA, enquanto a ajeitavam para o modelo de negociações de "calcinhas em baixo", que os nossos estadistas adoptaram no processo de integração na CEE.
Em 1998, um Serralheiro, Soldador ou Servente, mesmo na candonga, ou pelos abstrusos contratos com Agências de Trabalho Temporário, tinham um valor hora que correspondia quase ao dobro do que hoje recebem, verificando-se retrocesso similar em quase todos os sectores de actividade.
Nestes assuntos, sem acesso aos holofotes de tais senhores, senhores que nunca andaram em casa com latas e alguidares a aparar as pingueiras da chuva, que nunca comeram carapaus fritos há dois dias, nem de lancheira na mão para o trabalho, que nunca se danaram por o portão da fábrica não se abrir de um dia para o outro, que nunca sentiram o dever de usar o direito de manifestação, a estes senhores deixo-lhes apenas um recado:
Jornal de Negócios 3/12/08 - Camilo Lourenço
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Esta conversa, integra a estrutura discursiva, dita pragmática, das elites dominantes e eleitas que sustentam como inevitabilidades a actual promiscuidade entre os políticos e os poderosos do capital financeiro. De tal forma assim é, e tão descarada que até entram em comparações mal acomparadas.Na 2ª metade de 70, ou seja com o 25 de Abril generalizou-se a aplicação do salário mínimo nacional, o 13º mês, o subsídio de férias e pensões a quem nem tinha carreira contributiva.
Foi um periodo que beneficiou, dinamizou o mercado interno, onde a maioria das familias passaram a ter frigorifico e televisão, a procurar habitação digna e a exigir e a ter água canalizada e energia eléctica, a comprar os datsuns1200 e os toyotas, de gama baixa mas que eram bem bons. Foi num tempo em que Portugal passou a produzir mais de 70% dos produtos alimentares que consumia.
Já na 1ª parte da década de 80, mesmo contando com factores externos, a crise resultou fundamentalmente de decisões politicas internas, que impuseram o retrocesso na agricultura, nas pescas e na Industria, onde os efeitos de tais decisões resultaram de "jogos monetaristas", ora em juros altos ora em juros baixos, estoirando em duas viradas (6 anos) os sectores produtivos que dependiam quer da exportação quer da importação. Trataram de moldar a economia aos intentos do FMI/CIA, enquanto a ajeitavam para o modelo de negociações de "calcinhas em baixo", que os nossos estadistas adoptaram no processo de integração na CEE.
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Os factos demonstram que tais discursos não têm alicerce em tempo nenhum, apenas foram e são disfarces à crise latente e paradigmática do capitalismo, cuja permanente promiscuidade com o poder politico, permite-lhes considerar que tudo vai bem, quando na Banca e na Bolsa os negócios vão em alta. Basta a última década para percebermos que a maioria dos portugueses vivem pior e com dificuldades que aumentam dia à dia, enquanto para a Banca e a Bolsa tudo ía pelo melhor.Em 1998, um Serralheiro, Soldador ou Servente, mesmo na candonga, ou pelos abstrusos contratos com Agências de Trabalho Temporário, tinham um valor hora que correspondia quase ao dobro do que hoje recebem, verificando-se retrocesso similar em quase todos os sectores de actividade.
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Só escreve coisas daquelas, quem intencionalmente vira costas à realidade, preferindo propagar e cimentar ilusões, pois é por aqui, na mentira disfarçada de verdade que o sistema não é beliscado, que os seus parâmetros de vida não são afectados..
A tal prosa do Srº Camilo Lourenço, demonstra que o valor que dá à LIBERDADE se define apenas pelos insondáveis desígnios do seu "Todo Poderoso Deus Mercado", já o 25 de Abril e a liberdade que festejei e abraço, para ele é um anacronismo, um periodo da história a diabolizar. Nestes assuntos, sem acesso aos holofotes de tais senhores, senhores que nunca andaram em casa com latas e alguidares a aparar as pingueiras da chuva, que nunca comeram carapaus fritos há dois dias, nem de lancheira na mão para o trabalho, que nunca se danaram por o portão da fábrica não se abrir de um dia para o outro, que nunca sentiram o dever de usar o direito de manifestação, a estes senhores deixo-lhes apenas um recado:
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- Vão à merda, e já agora, enfiem as vossas teorias no olho do... e cuidem-se, não vão um dia destes os neurónios libertarem-se!
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