O PAI NATAL É ALDRABÃO...
Ainda não andava na escola, mas nunca me esqueci. Parei junto da montra do ZECA, deslumbrado com o presépio, a árvore de natal e ainda mais com os brinquedos lá expostos, fixando um lindo cavalinho que se movia "dando corda". Parou junto a mim um senhor alto de sobretudo cinzento escuro que suponho que me conhecia, perguntou: - já fizeste o teu pedido ao Pai Natal? respondendo-lhe na maior das inocências que tinha pedido aquele Cavalinho.
Foi-se embora a rir-se, talvez pensando que eu acreditava na história do sapatinho na chaminé. Nessa altura já tinha como certo que as contas da minha mãe não se ajeitavam à lista do Pai Natal. Mas para mim já nessa altura, meter o sapato na chaminé era já retribuir alegria aos meus pais que com a mesma idade nem sapatos tinham para lá pôr.
Então não é que no dia seguinte inspirado no Pinóquio, desenhei um Pai Natal com um enorme nariz. Naquela casa todos acharam graça ao boneco, procurando saber porque é que eu fiz aquilo, nunca lhes disse, apenas contei a uma tia-avó que lá trabalhava.
Foi-se embora a rir-se, talvez pensando que eu acreditava na história do sapatinho na chaminé. Nessa altura já tinha como certo que as contas da minha mãe não se ajeitavam à lista do Pai Natal. Mas para mim já nessa altura, meter o sapato na chaminé era já retribuir alegria aos meus pais que com a mesma idade nem sapatos tinham para lá pôr.
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No dia de Natal estava no sapatinho um grande automóvel azul com rodas amarelas e um saco de bons rebuçados que o meu pai recebera na CUF. O Cavalinho não apareceu. Não entrara na lista do Pai Natal..
Neste mesmo Natal, uma Senhora, patroa da minha mãe que p'lo afecto poderia considerar avó, ofereceu-me um livro com a história do Pinóquio, livro bem ilustrado que ainda preservo, ela mesma leu-me o livro.Então não é que no dia seguinte inspirado no Pinóquio, desenhei um Pai Natal com um enorme nariz. Naquela casa todos acharam graça ao boneco, procurando saber porque é que eu fiz aquilo, nunca lhes disse, apenas contei a uma tia-avó que lá trabalhava.
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No dia de Ano Novo fui lá almoçar, e antes de sentar-me à mesa, recebi num lindo embrulho o Cavalinho que o Pai Natal não me deu..
É por esta e por outras que aconteceram pela vida fora, que não me desamarro do conceito de classe, quando tenho de analisar ou reagir ao que no dia à dia se observa e nos envolve.
6 comentários:
Bonito e propício post Sr.Broncas
Saudações Socialistas
Jorge Beja
oh Broncas ,ke estoria confusa, afinal o menino Jesus atendeu o teu pedido .se kalhar á kalker coisa pra alem ddessa tua luta de classe.
Eh pa investiga tu e deixa de dizer babosises.
Deixaram o tipo a falar sózinho...
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