Ouvi o Srº Constâncio

Sem dúvida uma explicação calma que me permitiu "cheirar"um pouco dos super cálculos macro económicos. Esclareceu tudo tendo por base o sólido e infalível sistema económico vigente, segundo e conforme as regras instituidas e internacionalmente aceites pelas democracias, não esquecendo o actualíssimo Pacto de Estabilidade.

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Combinado ou não com o Governo, reafirmou, ele que está mais próximo das tais forças sobrenaturais, que o Governo tem razão e que foi correto o discurso do 1º Ministro sobre o Estado da Nação.

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Mediante tão profundas análises macroeconómicas, fiquei a saber que para controlar a inflação a taxa de juro vai continuar a subir e que os salários não podem crescer, que a desregulamentação à legislação laboral em curso, é uma medida estrutural essencial para aumentar a produção com menos custos de mão de obra ... fiquei a saber muita coisa, por exemplo que apesar daquilo tudo a inflação e o desemprego continuarão a subir e que para acabar com a dívida externa, terei de "trabalhar à borla 11 meses".

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Mas como hoje fui fazer um biscate à Quinta da Marinha, com honras de me sentar à mesa com gente de milhões. Fiquei a saber que eles são fervorosos apoiantes das medidas em curso, ouvindo frases como: - o País precisa de disciplina; - não há respeito nenhum; - foi em crises destas que o avô deu saltos, mas eles tinham de trabalhar de sol a sol.

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A comida era boa, o vinho, o belo vinho ainda melhor, mas o apetite foi-se embora quando o mais politico de todos, afirmou que a lei eleitoral devia de ser alterada de forma a que aqueles merdas do PCP e do BE, nunca mais lá pusessem os pés...

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À saída daquele luxo todo, depois de dar baixa do nome no controlo daquele condomínio fechado - pensei no bairro onde habito e em muitos outros que conheço, naquela gente como eu. Interrogando-me pelo caminho de como viverão filhos e netos daqui a vinte anos, nisto, que por este rumo tudo será escombros geridos por excluídos, pela vadiagem contrastando com a segurança e o bem bom em que vivem e viverão, "a cambada de filhos da puta" que tudo manipulam para garantir a manutenção do actual modelo politico e económico.