terça-feira, maio 20, 2008

Minas de Aljustrel

Foi mais uma etapa na campanha eleitoral em que Sócrates vai na dianteira.
Quase vinte anos (e não apenas os treze que eles dizem) de lutas, dezenas de manifestações e outro tanto de reuniões com sucessivos governos, cujas promessas e compromissos estabelecidos com os mineiros e seu Sindicato, foram sucessivamente adiadas.

Projectos interrompidos, foram muitos, mesmo o agora concretizado somou adiamentos. Neste percurso o tecido social daquela região foi profundamente afectado, situação que nunca levou Sócrates a pronunciar-se, embora surja agora a procurar colher louros de um projecto em que apenas fez o favor de o deixar rolar, "pois o preço dos metais por ora compensa."

Foram os governos do PS, mais que do PSD, que promoveram politicas ao longo de anos que levaram no país, a indústria extractiva quase a zero. Por isto, o entusiasmo agora evidenciado pelos governantes, só acontece por oportunismo eleitoralista e não pela existência de qualquer estratégia de sustentabilidade e desenvolvimento do sector.

O 1º Ministro de facto congratulou-se pelos modernos meios de extracção e tratamento do minério lá instalados, aplaudiu o valor acrescentado daí resultante e a importância das exportações, mas os seus pares e ele próprio, referiram amiúde "que o preço dos metais é actualmente compensatório"- tal frase demonstra o tal vazio estratégico, o paradigma que explica a latente crise do sistema. Se baixarem os preços o que é que sobra?

De imediato para os trabalhadores, (ainda com os metais a bom preço) sobraram frágeis vinculos contratuais, onde a maioria é oriunda de empresas de trabalho temporário, sendo que a empresa mineira laborará com um reduzido quadro de pessoal.

É este o ideário de Sócrates, com que cimenta o Código de Trabalho que pretende impôr - empresas competitivas, despidas de responsabilidades contratuais, "onde portas e portões serão serventia da casa", na liberdade de só lá trabalhar quem se sujeita ao preço, ao horário, à vontade de quem manda.

Mas a luta continua.

3 comentários:

Jay Dee disse...

É baixar as calças e o resto que se lixe! Já agora!

Anónimo disse...

Que merda de discurso!!!!

De facto, é cagar!!!!

Anónimo disse...

-Um ferido grave e quatro ligeiros foi o resultado de um acidente de trabalho ocorrido na madrugada de ontem nas minas de ALJUSTREL, POUCAS HORAS APÓS A VISITA DO SR. 1ºMINISTRO,mas é o sindicato críticado por denunciar a falta de fiscalização do governo à exploração mineira onde "trabalhadores"sem vínculo á empresa concessionária e contratados por empreiteiros trabalham na extracção.