Foi mais uma etapa na campanha eleitoral em que Sócrates vai na dianteira.
Quase vinte anos (e não apenas os treze que eles dizem) de lutas, dezenas de manifestações e outro tanto de reuniões com sucessivos governos, cujas promessas e compromissos estabelecidos com os mineiros e seu Sindicato, foram sucessivamente adiadas.
Projectos interrompidos, foram muitos, mesmo o agora concretizado somou adiamentos. Neste percurso o tecido social daquela região foi profundamente afectado, situação que nunca levou Sócrates a pronunciar-se, embora surja agora a procurar colher louros de um projecto em que apenas fez o favor de o deixar rolar, "pois o preço dos metais por ora compensa."
Foram os governos do PS, mais que do PSD, que promoveram politicas ao longo de anos que levaram no país, a indústria extractiva quase a zero. Por isto, o entusiasmo agora evidenciado pelos governantes, só acontece por oportunismo eleitoralista e não pela existência de qualquer estratégia de sustentabilidade e desenvolvimento do sector.
O 1º Ministro de facto congratulou-se pelos modernos meios de extracção e tratamento do minério lá instalados, aplaudiu o valor acrescentado daí resultante e a importância das exportações, mas os seus pares e ele próprio, referiram amiúde "que o preço dos metais é actualmente compensatório"- tal frase demonstra o tal vazio estratégico, o paradigma que explica a latente crise do sistema. Se baixarem os preços o que é que sobra?
De imediato para os trabalhadores, (ainda com os metais a bom preço) sobraram frágeis vinculos contratuais, onde a maioria é oriunda de empresas de trabalho temporário, sendo que a empresa mineira laborará com um reduzido quadro de pessoal.
É este o ideário de Sócrates, com que cimenta o Código de Trabalho que pretende impôr - empresas competitivas, despidas de responsabilidades contratuais, "onde portas e portões serão serventia da casa", na liberdade de só lá trabalhar quem se sujeita ao preço, ao horário, à vontade de quem manda.
Mas a luta continua.
3 comentários:
É baixar as calças e o resto que se lixe! Já agora!
Que merda de discurso!!!!
De facto, é cagar!!!!
-Um ferido grave e quatro ligeiros foi o resultado de um acidente de trabalho ocorrido na madrugada de ontem nas minas de ALJUSTREL, POUCAS HORAS APÓS A VISITA DO SR. 1ºMINISTRO,mas é o sindicato críticado por denunciar a falta de fiscalização do governo à exploração mineira onde "trabalhadores"sem vínculo á empresa concessionária e contratados por empreiteiros trabalham na extracção.
Enviar um comentário