O ministro Vieira da Silva no debate televisivo (contras + prós) quando confrontado com a hipótese de ascenso das lutas dos trabalhadores, disse "que no caso do diálogo dar para o torto, o Governo e a maioria parlamentar do PS, não abrirá mão das suas responsabilidades". Quis dizer com isto, preto no branco, que o diálogo é uma trêta e que aprovarão o que entendem.
Penso que foi a única vez naquele debate que o ministro falou verdade, de resto, o excesso de pouca vergonha e estupidez, várias vezes fizeram-me rir...
Por exemplo quando invocou a legislação dos países nórdicos, referindo até a Suécia, equiparando a legislação laboral lá existente com o Código que pretende cá impôr. Facto que além de ser uma comparação mal acomparada, mais uma mentira, não comparou os salários, a protecção social, o ensino, a saúde e as condições de vida... nem tão pouco se lembrou que a maioria dos empresários de cá, ao acolherem com elogios as "propostas do Governo PS", estão a pensar é em Marrocos, Brasil, China ou Tailândia, porque aí sim, existe a legislação simplex que lhes convém, ou seja a aquela que Sócrates lhes quer oferecer.
O PS nos Governos, até mais que o PSD, durante décadas premeditou, forjou, animou e consentiu atropelos à legislação laboral: por orientação travou a acção inspectiva, limitou a actividade dos Tribunais, gerindo a gestação da impunidade que vigora e define o actual sistema de emprego.
A fragilização contratual, a precarização do emprego pela candonga, trabalho ao dia, à hora, à peça, com ou sem recibos verdes, os boicotes à Contratação Colectiva a par da conivência com processos de falência e encerramento fraudulentos de empresas públicas e privadas (em que proprietários e gestores nunca tiveram afectados os seus parâmetros de vida)... tudo foi premeditado, calculado para que acontecesse o actual cenário que irá permitir aos lacaios legisladores de serviço, apenas e só interpretar e legalizar a realidade que foi forjada.
A intenção politica de desferir este golpe, vem de longe, vem dos tempos do Gonelha, mas a "deslizante democracia"ainda não tinha facultado uma maioria absoluta como esta, tão expressa e dirigida por um fascista.
É por tudo isto e nomeadamente pelo conteúdo do Código que o fascista Sócrates pretende impôr, que dia 5 de Junho lá estarei na Manifestação convocada pela CGTP-IN.
1 comentário:
Concordo com o post inteiramente.
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