quarta-feira, maio 14, 2008

ATÉ PARECE BRUXEDO...

Sobre o post A LUTA CONTINUA (3) que recentemente escrevi, mereceu do amigo Chapa um comentário sobre o apoio do PCP à politica Chinesa. Sem perceber porque a tal se referiu, pois no referido post nada induz, antes o contrário, à hipótese de tal comparação ou lembrança, vou tentar expôr sobre o que suponho motivar a posição daquele Partido.

Sem duvidar do empenho deste Partido de classe, assaz indispensável, no esclarecimento e mobilização para o combate aos hediondos objectivos do governo e do patronato, tal como ao Chapa, espanta-me o crescente apêgo do PCP à China.

Percebendo que no actual mapa geopolitico a postura dos revolucionários e progressistas de todo o mundo deverá balizar-se no discernimento que evite e até impeça envolvimentos que animem as orquestras da provocação em busca de conflitos no Oriente, fundamentados em interesses económicos e assim desejando novas partilhas regionais no mundo, em substituição da velha ordem colonial por uma globalização imperial - já não entendo a facilidade com que se pode apoiar e até considerar de aliado um país como a China, dominado por uma nomenclatura partidária que desde as distorções maoistas ao marxismo até ao actual capitalismo selvagem, retirou protagonismo aos trabalhadores, esvaziando-se ideológicamente de tal forma que não se descortina qualquer conteúdo proletário na estratégia que apresenta.

Por isto, e como simpatizante da ideologia comunista, sou aliado de todos aqueles que por lá, sem espaço, arredados ou clandestinos na nomenclatura, se batem por tais valores.

Esta postura, não só permite autonomia em relação aos beligerantes mercantilistas mundiais, como garante coerência na busca de novos conceitos e formas de intervenção na luta dos Trabalhadores de todo o Mundo.

4 comentários:

Jay Dee disse...

Estou contigo!

Anónimo disse...

Quantos já se perfilaram em quadros desta natureza política? Muitos, tal qual o Broncas,logo após a Revolução dos Cravos, alinharam no apoio à linha Maoista, Quero dizer, ajudaram a criar o monstro que posteriormente veio dar no que aí está, o PCC - chinês..!

Faço lembrar, se é que esqueceram as múltiplas reuniões e encontros inter-partidos comunistas de todo o mundo onde o PCC tem tido lugar exponencial.

Nessas reuniões, debates ideológicos profundos, outros partidos comunistas, com outras visões e vias alternativas também tem lá assentamento.

Isto quer dizer que os comunistas de todo o mundo, incluindo simpatizantes,aceitam em profundidade horizontal e vertical a discussão das diversas vias socialista e "socializantes".

O que acontece é que aqueles que estão agarrados que nem ostras a presuntos acontecimentos, não veem,
mas como poderiam ver, se ainda usam o antigo libré?

AV disse...

Depois da revolução de Abril, tudo era novidade e a informação era muito pouca, até para os anarquistas mais radicais do Maio de 68, o maoismo com a sua "revolução cultural", que agora sabemos ter sido um genocídio, parecia uma grande revolução do proletariado.
Os tempos eram de ruptura com o regime "fascista", português.
Eu também, andava iludido com o "barulho das luzes" dos amanhãs que cantavam na Albânia e ainda acreditava nessa treta do "comunismo" autoritário e da dentadura do proletariado...até ler sobre Staline em 1975, aí acabou-se o sonho.
A posição do Broncas sobre o fascismo chinês só demonstra que ele é que continua a ser o único COMUNISTA do actual concelho da Moita, como o AVP, depois do inquérito aos leitores o elegeu em 2006 (?)

Honra ao camarada Broncas, o fascismo não passará !

AV2

O Broncas disse...

Nem antes nem depois de Abril fui entusiasta convicto de MAO ou de OCA. Acompanhei sim muita gente, tal como eu, que generosamente apaixonada pela Revolução, perfilhava ainda sem sabedoria e detalhe, diferentes ideias de comunismo.

Mesmo em relação à União Soviética, defendendo até,(e ainda hoje) a sua importãncia geopolitica, numa visão de classe, cedo percebi que ao nível do exercicio do poder, não transmitia verdade nem convicção.
Em poucas palavras, como disse algures num Congresso (está editado) - cedo percebi porque é que Lenine disse, "Todo o poder aos Sovietes", e não disse "todo o poder ao partido".