Este texto de Rogério Barroso, que se encontra aqui e passo a transcrever, não deixa de ter o seu quê:
Os mais notórios traidores do povo timorense – que recentemente trocaram de poleiros no poder do país, esmagando a vitória democrática do partido que ganhou as eleições – foram alvo de dois atentados contemporâneos, os quais causaram algumas mortes e alguns feridos, entre estes o figurão que já ganhou o prémio Nobel da Paz em conjunto com um bispo da igreja católica da capital Dilí, o qual figurão era, à altura das últimas eleições ganhas pela Fretilim, presidente da república – depois de ter usurpado o lugar de primeiro-ministro ao legitimo vencedor das eleições anteriores – e nomeou primeiro-ministro o outro figurão que antes havia sido presidente da república, cujo partido não ganhou as eleições, figurão aquele que disse, aqui há dias, que vai propor para o prémio Nobel da Paz um outro figurão que agora preside à comissão europeia e que, antes, tinha organizado, com outros três terroristas internacionais – Aznar, Bush e Blair –, o sanguinário ataque ao país soberano do Iraque e ao seu povo, sob o disfarce de darem caça a um sócio do pai desse Bush, para quem o dito agora candidato a candidato ao prémio Nobel da Paz trabalhou enquanto secretário de estado (depois ministro) do governo do primeiro ministro que agora é presidente da república em Portugal, na angariação e no fornecimento de matérias e produtos para o fabrico de armas químicas.
A democracia, dadas as exigências sociais no mundo de hoje – exigências essas oriundas da cada vez mais despudorada exploração dos povos pelos capitalistas financeiros e industriais da globalização – já não pode ser uma simples figura de retórica como aquela que tem sido espalhada pelo imperialismo norte-americano, com a ajuda de lacaios tais como os sucessivos governos da Austrália, de Israel, de Espanha, de França, da Alemanha, da Inglaterra, de Portugal, etcetera por aí fora. A democracia tem de ser hoje o repositório das condições de subsistência dos povos, o armazém das mínimas virtudes sociais, o casarão das ancestrais culturas das nações, o silo da justiça e da igualdade de todas as pessoas perante as diversas circunstâncias que as respectivas vidas apresentam, o regaço onde acalentar a liberdade, a prateleira do desenvolvimento harmonioso de toda a Natureza.
A vida dos milhares de milhões de habitantes do planeta só vale a pena se for vivida com paz e felicidade. O que as gentes necessitam é de pão, não de segurança!, é de saúde, não de cobaiagem dos grandes senhores do capital!, é de educação para a cultura, não de joguinhos ditos democráticos!, é de bem estar, não de disciplina opressora!
Não se pode defender a independência do Kosovo e, ao mesmo tempo, negar a independência do País Basco, da Catalunha e da Pátria Valenciana.
A atacar países independentes, uns atrás dos outros, a assassinar líderes políticos e populações, a conspirar para as indesejadas mudanças de regime na casa dos outros, a fabricar um mundo insusceptível de aqui se poder viver em felicidade e paz, a endeusar a segurança em nome da brutal opressão dos povos, o capitalismo anda a brincar com o fogo. Depois admira-se do que agora se está a passar no minúsculo Timor.
Pode ser que se queime!...
1 comentário:
Nem mais. Subscrevo integralmente.
E nem preciso de ser de esquerda nem nada.
Até mais.
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