Após a histórica jornada de luta de 18 de Janeiro de 1934, a Confederação Geral de Trabalhadores - CGT - foi profundamente abalada pela repressão, perseguições, prisões, exilios e desterro no Tarrafal de quase todos os dirigentes e activistas sindicais daquele tempo. A Classe Operária, os Trabalhadores ficaram assim temporáriamente limitados na luta pelos seus direitos.
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Então, a única organização de classe que tecendo uma estrutura orgânica clandestina se cimentou com expressão na sociedade portuguesa foi o Partido Comunista, único partido de classe, que ainda hoje assim se identifica nas resoluções dos seus congressos.
Então, a única organização de classe que tecendo uma estrutura orgânica clandestina se cimentou com expressão na sociedade portuguesa foi o Partido Comunista, único partido de classe, que ainda hoje assim se identifica nas resoluções dos seus congressos.
Foi assim determinante a sua influência nos trabalhadores durante o periodo fascista - a pouco e pouco desenvolveu-se a acção sindical, autónoma e unitária, em defesa de interesses imediatos, na luta contra a exploração e opressão fascista. Foi assim no próprio seio dos Sindicatos Corporativos, nas Assembleias Gerais e através da imposição de listas da confiança da classe, ou no interior das empresas através da constituição de Comissões de Unidade onde os trabalhadores desenvolveram a acção sindical, com exemplos de elevado sentido de unidade.
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Com isto, o Partido Comunista ao longo daqueles anos enraizou a sua mensagem em palavras de ordem, cujos temas e objectivos eram idênticos aos das organizações sindicais que então emergiam - palavras de ordem invulgares nos vulgares partidos que hoje se conhecem. Não sendo assim incorrecto, afirmar que durante alguns anos naquele periodo de frágeis estruturas sindicais, aquele Partido de Classe, actuasse como se fosse uma "Central Sindical clandestina e independente".
À experiência anteriormente colhida na CGT, somaram os saberes deste percurso - assim a importância da unidade e autonomia sindical, pela qual os comunistas a obstar a uma cultura nas suas fileiras, tentadora a sectarismos manipuladores, cedo inscreveram nas suas resoluções a orientação que indicou como dever dos militantes enquanto sindicalistas, a salvaguarda do carácter unitário e de classe das organizações onde estivessem inseridos, vindo a ser regra abrangente, até a outras áreas, integrada nos estatutos do próprio Partido.
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Quando em 1 de Outubro de 1970 se realizou a 1ªreunião de Direcções Sindicais representativas, convocada pelos Sindicatos dos Caixeiros, Laníficios, Metalúrgicos e Bancários, data em que se formou a INTERSINDICAL, hoje CGTP-IN, - aí o conceito unitário prevaleceu, de tal forma que na 2ª reunião realizada a 25 do mesmo mês, contou com a presença de 22 Sindicatos de várias regiões do país.
Uma grande parte dos dirigentes sindicais não eram militantes do Partido Comunista - admitindo que posteriormente muitos viessem a filiar-se, é injusto inferir disto ter havido manipulação ou quebra da natureza unitária da Intersindical.
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É por tudo isto que as campanhas de diabolização promovidas desde 1975, por M.Soares, Sá Carneiro, Torres Couto, Carluci/CIA e AFL/CIO, continuadas à cadência de cada Congresso da CGTP-IN, sempre com novos actores aconchegados, não atingiram até hoje os objectivos que sempre pretenderam.
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Mediante o exposto, não faltará quem me acuse de falso inocente - de facto nem tudo "correu ou corre bem", nunca assim foi nem será. Mas por isto, confundir problemas próprios da vida de uma estrutura não piramidal com aquela dimensão, em que cada sindicato e federação é autónomo, cujo funcionamento e evolução depende da participação e da permanente e apurada exigência de mais envolvimento e democracia, problemas cuja autonomia garante por discussão, compromisso e lealdade, soluções. Confundir esta realidade por ânimos individualistas, que sendo sérios tombam para a cristalização de posições, para a criação de estigmas, para o sectarismo, ou não sendo, apenas colhem a simpatia e os favores dos inimigos de classe, restando-lhes o efémero gozo de dar nas vistas em revistas e jornais. Isto sim, podendo ser inocência, para mim, é coisa bem mais feia.
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Não me espanta nem assusta, que pela "contagem de espingardas" que alguns fazem, a maioria dos membros do C. Nacional da CGTP-IN sejam militantes do Partido Comunista, o que me preocupa é se são ou não ortodoxos - se são comunistas firmes na defesa do sindicalismo unitário, de classe e de massas que caracteriza a CGTP-IN, tal como M.Carvalho da Silva, militante comunista que de forma sábia, sem tentações heterodoxas, tem cumprido a orientação do seu velho Partido de Classe.
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O sindicalista e Militante Comunista, M.Carvalho da Silva, presenteou o Congresso com o seu livro - Trabalho e Sindicalismo em Tempo de Globalização - pelo que já li, formulo já o desejo de que nenhuma "bêsta" o procure transformar em cartilha, pois trata-se de um trabalho que em si mesmo faz evoluir o método de análise marxista, evidenciando a preocupação de deslindar a intrincada complexidade social, resultante dos actuais modelos de desenvolvimento e de modernização, cujos efeitos perversos não só afectam as condições de vida e de trabalho como geram novas limitações á acção colectiva. É em si mesmo um trabalho, cujo rigor cientifico permite com alguma segurança animar à descoberta de outras formas de intervenção sindical, pois a centralidade do trabalho, continua a ocupar e a determinar a vida em sociedade, toda a civilização.
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- Viva a unidade de todos os trabalhadores!
- Viva a CGTP-Intersindical Nacional !
2 comentários:
Bom post. Já aprendi hoje.
Grande post Broncas
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