" R E F E R E N D O S... "

Não são poucos, talvez quase todos os que integram Comissões, Sub-comissões,assessorias e outros a tempo inteiro ou ao biscate, junto do Parlamento ou da Comissão Europeia, que por aí ou por lá aparecem a aplaudir a decisão de não realizar-se o Referendo.

De tantos destaco dois, a Srª Ana Gomes que é deputada no PE, e o Srº Vital Moreira que anda por lá ao biscate. Os dois, após um periodo argumentativo em defesa da não realização do Referendo sobre a Constituição Europeia, aliás, Tratado de Lisboa. Surgem agora em defesa de um Referendo, que "desejam" e sabem ser impossível, em que a pergunta seria se os portugueses pretendem ou não que Portugal se mantenha na U. Europeia.

Neste como em outros casos, mesmo sabendo que nesta democracia, a deles, a minha opinião não conta p'ra nada, - contraponho, com a firme ideia de que se o País tivesse mantido, racionalizado e modernizado a indústria metalomecânica pesada e ligeira, a indústria naval, a corticeira, a quimica, avançado o plano siderúrgico e mineiro, as pescas e conservas, a actividade florestal e agricola. Tudo isto ao invés da destruição operada por politicas que no processo de integração na CEE, foi traduzida por negociadores de calcinhas em baixo, reduzindo-nos apenas a 10 milhões de consumidores dos excedentes europeus. Se ainda se produzisse por cá, salsa e tomates,-ah pois! não tenho dúvidas que o Referendo que agora com ligeireza e gozo propõem, se poderia realizar.

Hoje e apesar do famoso Chapéu do Euro, que é vulgar ouvir que sem a sua cobertura estariamos como os argentinos, lembro, que de tal chapéu ainda nem uma varêta me cobre, pois não só trago para casa menos que há 10 anos atrás, como tenho a carreira contributiva para a Seg.Social destroçada por tanta candonga (precariedade)que já envolve quase 1 milhão de trabalhadores no País, mesmo assim - a vós que não tendes vergonha, nem juizo, que sois apenas ajuizados na defesa dos parâmetros do bembom em que viveis. Pelo rumo que defendeis, porque é que não propôem um Referendo que pergunte aos Portugueses: -se autorizam que Portugal deixe de ser um País soberano(?)

Com a vossa desfaçatez e ligeireza, por certo que tudo ficaria SIMPLEX.

Cá por mim, não sei se ficaria melhor ou pior, muito embora a leitura de Camões me exalte, - mas o que sei é que vós sois indevidamente pagos pelos povos europeus, pois apenas defendeis os interesses dos banqueiros e demais poderosos do capital, exactamente daqueles que desde sempre pretendem reduzir o valor do meu trabalho a zero.

Cuidem-se! pois por tais rumos estão a pôr em causa a vida de muitos filhos e netos.