domingo, janeiro 20, 2008

LOUVA - A - DEUS

Coincidências desgraçadas,impediram-me no passado Domingo de fazer a habitual homilia. Tristemente, logo no 1ºDomingo do Tempo Comum em que se festeja e exalta em cânticos e orações o Baptismo do Senhor.

Aquela minha impossibilidade, não é nem deixa de ser perdoável, porque mantendo-me à incalculável distância do que não existe, já fui condenado a discipulo de Momus, cuja divinização personifica a critica e a maldicência. Com esta certeza, mesmo assim não desisto de continuar a usar este exíguo espaço da dimensão blogosférica, para manter esta discussão, ingrata, pela irracionalidade que gera.

Hoje
2ºDomingo do Tempo Comum, em que a oração convence e fortalece os fundamentos teosóficos do baptismo,lembro aqui, que nas regras das relações de interdepência
a que o universo nos obriga, não existem baptizados.
Mesmo a criatura com aspecto tão ou mais beatífico que alguns humanos, não o considera necessário. Refiro-me aos LOUVA-A-DEUS, figura estranha - cujas patas dianteiras se assemelham a mãos elevadas para rezar. É uma figura diversa que atinge mais de 1500 espécies, sendo que em Portugal existem apenas 7 e a maioritária é a Mentis-Religiosa.

Trata-se de um insecto beatífico e carnívoro que desenvolveu um aparente e pacífico método de vivência a par de uma intensa forma de amar - é de tal "força", que acontece muitas vezes a fémea comer o macho após a cópula.

O espanto por tal paixão, levou-me a procurar em GÊNESIS, na gisada pessoa de Noé, homem experiente que faleceu com 950 anos de idade,- se na Arca que dirigiu por ordem de Deus e que fundeou na Arménia, autorizou que naqueles 40 dias do dilúvio, as fémeas comessem os machos.
Acontece que nas sagradas escrituras, mesmo nos apócrifos, não descobri sequer que um casal de Louva-a-Deus tivesse embarcado.
Sinceramente, estou assim sem saber como é que tal criatura sobreviveu ao dilúvio. Ainda menos entendo, como é que em Portugal a espécie maioritária seja a Mentis-Religiosa.

Para desvendar tal mistério, irei no próximo 3º Domingo do Tempo Comum, falar de um Louva-a-Deus da referida espécie que por cá numa recente carta escreveu: " Na minha condição de frade franciscano...tive trato directo com o mundo do dinheiro que me trouxe vivências e episódios de grande riqueza humana e sábia pedagogia no meu relacionamento com ele."

Garanto-vos que existe, pois consta que nunca correu riscos, nunca acasalou.