domingo, janeiro 06, 2008

Os Reis Magos


Lembrar os Reis Magos é favorecer mais uma referência da religião Cristã na sua identidade Catótlica.

Os Reis Magos conforme o Catecismo, foram os primeiros visitantes a conhecer e a saudar o nascimento do menino Jesus em Belém. Vieram de oriente guiados por uma estrela, entretanto precisando de recorrer a Heródes que nada lhes soube dizer sobre o local. Não se sabendo assim como é descobriram a gruta. Pelo Evangelho tudo dependeu de uma estrela e de sonhos iluminados.

Para os Católicos tratavam-se de Reis, mas também podiam ser mercadores importantes, posto que até foram recebidos por Heródes. O certo é que esta referência mais tarde divulgada no catecismo, só surgiu no século IX, identificando pela primeira vez de que se trataram de três reis com os nomes de Gaspar, Melchior e Baltazar, decifrando as oferendas lá deixadas.
Escritos dispersos e muito anteriores relatam com imprecisão terem sido dois, três e seis e os Sírios referem-se a doze, tudo sem que conste nomes e origem.

Este processo demonstra mais uma vez que a institucionalização de referências, mesmo com todos os riscos de ciar devoções mal sustentadas, foi sempre a prática preferida pelos detentores dos poderes religiosos em todas as épocas. Eliminar dúvidas, garantindo o mistério como artifício manipulador das mentes, com o fito de configurar e programar a esperança para a aspiração individual pelo infinito, pelo eterno.

Foram processos que até se justificaram durante séculos - cuja herança ética e espiritual, não devendo hoje ser malbaratada, pois ao tempo contribuiu para a organização, disciplina e harmonia social que apesar de periodos tenebrosos, é percurso incontronável da evolução da humanidade.

Mas hoje, à luz do saber é inaceitável condicionarem a Esperança à manutenção forçada de ícones sem sustentação na verdade.

Hoje, os detentores dos poderes religiosos cometem o grave crime de considerar que a opção pelo transcendental integra a constituição genética humana, sem que tal genoma esteja identificado, persistem na "inevitabilidade desta condição da natureza humana". Com isto, esquecem que a Esperança pelo infinito e pela conquista da eternidade é o motivo: - que dá a Bin Laden o poder de mobilizar tantos para acções suícidas; - que levou o fanático religioso Bush à definição do "Eixo do Mal" e a multiplicar conflitos e guerras; - que gerou o caos no Paquistão; - que permite que um patriarca em tom ameaçador afirme "-cuidado com o sagrado!": - que leva milhares de pessoas a percorrerem quilómetros a pé, e até a arrastar-se de joelhos pela dita fé. Tudo isto pelo direito aquela Esperança.

Como seria bom se no ensino difundissem por aquela disciplina que a Stª Madre Igreja sempre quis controlar - a leitura laica da Biblia e dos Evangelhos - arejando com liberdade as gerações vindouras da pressão fanática, politica e religiosa, que marcou, e ainda sobra, pais e avós no decorrer da ditadura fascista.

Sem desdenhar do passado, por certo todos ficariamos mais cultos e próximos de uma Esperança sem espaço para absurdos.

-

3 comentários:

Anónimo disse...

Almada, terra das promessas...

visite www.jsdalmada.blogs.sapo.pt e conheça a vergonha que ocorre presentemente nos bairros camarários do Feijó e Laranjeiro.

Viver Almada, vivê-la Juntos.

Anónimo disse...

Nunca a Igreja Católica foi tanto lembrada..!

Anónimo disse...

É o receio legitimado pelas homilias patriarcais, que já não escondem a tentação fanática de perseguir quem não é crente.