quarta-feira, janeiro 09, 2008

eles andam por aí

Vi e ouvi pela televisão - aquela pose, aqueles gestos, aquelas mãozinhas e o entoar das palavras. Lembrei-me do Galo, que sem saber até parece que o Sol só nasce porque ele canta. Lembrei-me da Pombinha a abençoar figura tão Angélica e tão...
Tive nôjo.



Ao longo dos anos, durante milénios, cultivámos preconceitos sustentados na ignorância e em interesses que se traduziram em juizos de valor assentes na ideia de que o ser humano tem a primazia do Universo. Esta ilusão foi determinando formas de vida que nos "colocam à parte" da relação de interdependência que a natureza estabeleceu e que une todos os seres vivos.

Por crenças e catecismos, o homem aplaude a Andorinha que consome aos milhares os insectos que o incomodam, abomina a Águia que lhes faz concorrência na caça e acusa de perfídia, o Lobo que lhe mata as Ovelhas. Mas a Natureza não consente esta dualidade de critérios, pois a Andorinha que controla uma população de insectos, é tão indispensável como a Águia, o Leão, o Lobo ou a Cobra.

A fórmula humana que vigora, de olhar e pensar a Natureza, no jeito superior de tudo avaliar à distância do próprio umbigo, não só nos tem levado à acumulação excessiva de energia desarrumada, cujos efeitos começam a ser temidos, como gerou por deformação da espécie, o aparecimento de espécimes trogloditas, pletóricos de poder, que promovem sem controlo, a violência e a miséria numa competitiva obcessão no desarrumo energético. Predadores que ao invés do Lobo, da Águia ou da Cobra mais venenosa, desiquilibram as relações de interdependência e assim a própria vivência humana.

Basta por cá reparar no número de ex-Secretários de Estado e Ministros que viraram Banqueiros, e, na facilidade "legal" com que vão extorquindo o Povo e o País. Basta reparar na ligeireza com que alguns politicos eleitos, vendem o País e o associam ás maiores agremiações internacionais de Predadores, exactamente as principais responsáveis pela violência e miséria que existe no mundo.

Tais Predadores, ao fim e ao cabo, produzidos pela nossa insegurança perante o Universo, são os únicos que têm de ser exterminados, sendo que para isto, teremos de nos reconciliar com a Natureza. Só assim ficarão isolados, à nossa mercê, para que os enviemos numa nave programada, com destino à centrifugação eterna de um qualquer buraco negro na região de Andrómeda.

Nunca queiras ser mais importante que um Lobo ou um Mosquito, nem nunca autorizes que um presidente ou um ministro, sejam mais importantes que tu.

2 comentários:

Anónimo disse...

Porque será que só quando chegamos à idade maioritária, quer dizer, àquilo a que chamamos meia idade,nos lembramos da Natureza e da Ecologia?

O Broncas disse...

Na 2ª classe, tinha eu 8 anos fiz uma redacção, até sem erros ortográficos sobre os Pardais.
Claro que hoje em meia idade, estou em melhores condições de escrever sobre Pardalões.