Na Homília de Hoje

Na missa transmitida pela televisão, a anteceder a ladaínha do credo despertou-me a oratória do sacerdote,"...no tempo que corre invocando ideologias, existe quem pretenda afastar-nos de Deus, que a mensagem de Deus não chegue ás escolas e aos hospitais... e por lá continuou.

Neste periodo de festejos, ainda distantes do pré-advento que começa logo após o S.Martinho, ainda sem o sacrifício de jejuar - os púlpitos e altares viraram pianhas para discursos politicos, cumprindo assim a orientação papal por cá deixada pelo Cardeal Tarcisio Bertone que recentemente esteve no Santuário de Fátima.

A Stº Madre Igreja nada lhe falta, tem tempo, dinheiro e espaço para tudo, sem que Deus a financiasse, e mesmo assim ainda quer mais, até mesmo impôr se ninguém a travar no percurso.

Infiltram-se na vida das pessoas, nas familias pretendendo até definir os parâmetros educacionais para filhos e netos, usando a palavra de Deus como se falassem com ele todos os dias.
Têm todo o direito de acreditarem no que quiserem, e exactamente por isto têm o dever de respeitar os outros. Não me faltam amigos que crêem em Deus, pois de forma civilizada descobrimos que por acordarmos em relação a grande parte das coisas da vida, não teria sentido qualquer atitude de afastamento. Até porque se Deus em que acreditam promove o bom senso, que jeito teria ser proscrito de tais amizades. Naturalmente, quando falamos de religiões nunca estamos de acordo.

Neste caso, conheço muitos crentes defensores da liberdade que não se reveem na orientação PAPAL, que como eu não aceitam que nas escolas, hospitais e outras instituições públicas, tenham de existir crucífixos a adornar camas e salas de aula.

A Igreja pode usar os púlpitos para o que entender, é livre de o fazer como fez hoje, mas por sentir-se representante de Deus omnipotente e omnipresente, não fica imune a criticas, nomeadamente quando extravasa do religioso para a intervenção politica.