O 1º Ministro, Srº "Engenheiro" Sócrates, anunciou ao País que o acesso aos computadores e á banda larga, em breve estará ao alcance de todos.
Reafirmo - considero tratar-se de uma excelente decisão.
Mesmo desempregados, tesos e pobres é importante não ficar de fora da revolução tecnológica, sequer ao menos um cheirinho. Com isto não pretendo desvalorizar o alcance da medida, pois estou convicto que tal irá permitir a muitos, alargar conhecimentos e abrir horizontes, numa diversidade que no plano profissional alargará a polivalência, como capacidade e recurso individual á adaptação a diferentes actividades.
Sem dúvida importante.
Mas a contradição, a monstruosa contradição está nos outros discursos do Sr "Engenheiro", quando aceitou discutir o desemprego aligeirando as responsabilidades do seu Governo, chegando ao rídiculo, de usar os indíces percentuais ao jeito de se perceber, "se a garrafa estava meio cheia ou meio vazia" no dia em que tomou posse. A frieza demonstrada, traduziu não ter ainda interiorizado que áqueles números correspondem pessoas, famílias, cada uma com o seu drama.
Tão grave como isto, foi a persistência em gerar expectativas martelando na ideia de que o ténue crescimento económico é o sinal de que o emprego irá aumentar, quando sabe que já foi assim mas infelizmente não voltará a acontecer - poderá temporalmente baixar umas décimas, que servirão que nem ginjas na sua habilidade mediática, mas o flagelo do desemprego veio para ficar.
A estrutura produtiva no nosso País foi deliberadamente destruida nos ultimos 20 anos, sem alternativas - a maioria dos fundos comunitários relativos ao sector produtivo corresponderam na maioria dos casos a iniciativas mal sucedidas, sem sustentabilidade e fraca capacidade empregadora, sem contar com o festim de cambalachos e outros desmandos que se verificaram.
Hoje o atraso é enorme, colocando Portugal como exemplo evidente da latente crise paradigmática do capitalismo, - valha-nos por ora o chapéu da UE!
O actual modelo está esgotado, a modernidade que corresponde ao actual modelo de desenvolvimento, já não traduz mais emprego, mais bem estar, mas apenas mais desemprego, mais desigualdade e maior pobreza, o que no plano politico se traduzirá - mais cedo do que tarde em tentações de muscular o processo democrático, por exemplo atentar contra o direito à greve.
Usando a frieza do Srº"Engenheiro Sócrates, pelos seus trejeitos angélicos-arrogantes, convicto
que está no seu rumo - tenho ganas de ver-lhe a cara, quando um dia observar uns quantos cidadãos envolvidos em caixotes de papelão, ao abrigo de uma ponte entretidos com os portáteis que por aí vão distribuir.
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