Frases Mimosas

de fazedores de opinião, de "gente acima das classes" que nestas ocasiões graceja de quem luta:

(Clara Pinto Correia ao Jornal 24 Horas - 30 de Abril)
" Como é possível passarem três décadas, mudar tanta coisa no mundo, o país dar tantas e tão grandes voltas, e os slogans das manifestações de trabalhadores e cidadãos permanecerem inalterados?

(Editorial do Diário de Notícias - 30 de Abril)
"Em várias ocasiões (os sindicatos) cedem a lógicas partidárias, com as do Partido Comunista á cabeça."

De facto é lamentável que alguns dos slogans se mantenham inalterados à três décadas, e pior ainda será se a desregulamentação das relações laborais não parar - aí surgirão slogans usados à oito e mais décadas, nestes mesmos dias, decorrem na Alemanha manifestações e plenários de rua com milhares de trabalhadores em luta, empunhando slogans que à quarenta anos não eram usados.
A Srª Clara Pinto Correia não é ignorante, sabe destas coisas, foi por isto desonesta naquilo que escreveu.

Provocador, professoral(cagão) e acintoso foi o Editorial do DN, optando por um estilo salazarento, que então, em relação a tudo e a todos que reagissem identificava com a lógica do Partido Comunista.
Srº Director, isto demonstra jornalismo de baixo nível, é desonestidade intelectual acrescida de perigosa demência, pois nem sequer se lembrou da existência de organizações sindicais, que mais parecem direcções gerais(d'UGT) a integrar o próprio governo.

Infelizmente, apesar de tão cultos conseguem "esquecer", que se vive numa sociedade, civilização, cujas relações sociais estão marcadas pela transformação do TRABALHO em tarefa sublime de todo o cidadão. Esquecem que a dignificação do TRABALHO, mesmo o intelectual, resulta de milénios de luta, com expressão decisiva, pela acção sindical nos últimos cem anos.

Vós nestas ocasiões, trepais sempre para um pedestal na busca de uma independência que à partida sabeis não encontrar - é aqui que germina a bactéria da desonestidade - bastando o ínfimo peso dela, para que pendam para o lado dos detentores do poder, os quais, normalmente de braço dado com os vossos patrões.

Já percebi que estão contra a greve de 30 de Maio.