quinta-feira, março 23, 2006

Ideias Sindicais

Animado pelo post do companheiro K7, sobre rescaldos das eleições para a Com. de Trabalhadores da AutoEuropa, penso e considero o seguinte:

- O posicionamento da lista C e a sua afinidade com o Sindicato dos Metalúrgicos do Sul/CGTP-IN, naquela conjuntura não poderia ser outra. Aquela empresa desde a sua implantação foi adoptada como pivot pelos sucessivos governos e respectivas associações patronais, num longo processo(que decorre)para a descredibilização da importância da Contractação Colectiva, como obstáculo material ás investidas para a desregulamentação do quadro Jurídico/Laboral, conquistado pelos trabalhadores e acrescido pela Revolução de Abril. Não se trata de retórica, são muitos os factos que o demonstram;

- O posicionamento da lista vencedora, resulta do uso normal e legítimo da tradição de representatividade e organização, que impera nas diferentes unidades desta empresa transnacional localizadas em diversos países. Com uma metodologia muito prória de negociação;

Desde alguns anos, as transnacionais contríbuiem decisivamente em todo o lado para o enfraquecimento da intervenção Sindical, globalmente reduzindo a capacidade colectiva de resistir à actual investida desregulamentadora da legislação laboral, em todos os Países ditos desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento.

Mas tal organização e prática não é da responsabilidade dos representantes dos trabalhadores das unidades desta ou de outras transnacionais. Teve até nos Países de origem os seus resultados. Mas hoje, tenho como certo tratar-se de um instrumento tecido pelo capital com o objectivo de reduzir a acção Sindicalista. Urge assim proceder a alterações.

Redescobrir por uma posição de classe, como contornar o isolamento organizacional em relação à massa de trabalhadores nos demais sectores de actividade em cada País; descobrir como enfraquecer o recurso à deslocalização, cutelo ameaçador a que os trabalhadores, nomeadamente das transnacionais, à mínima estão sujeitos.

São factores, que somados aos detalhes que só quem lá labora conhece e sente, deverão ser considerados, não por uma busca de "novos projectos sindicais em concurso",mas, num esforço unitário que conjugue todas as experiências, gerador de exemplos mobilizadores que internamente invertam os 46,3% de abstenção e se transcedam pela influência em todos os espaços em que estão representados. Pois a luta tem de ser global.


Gerar estigmas e animar a atitudes sectárias, é no meu ponto de vista de classe, afastar e desinteressar os companheiros de trabalho da defesa dos seus próprios interesses, é atrasar a consciência individual do dever de agir colectivamente.

Para mim, nas entrelinhas dos escritos das diferentes das partes, descortino a "salutar incongruência" de vários dos subscritores serem até filiados no mesmo Sindicato. Considero ser este um bom sinal, susceptível de encontro sem preconceitos. Os trabalhadores portugueses precisam da acção colectiva dos trabalhadores da AutoEuropa.

A situação actual precisa de acções colectivas politizadas, sem receios. A luta
e processo negocial da Auto Europa teve dimensão política, - o capital mostrou as garras, os ministros caíram em contradição, a comunicação social ecoou influências e pressões. Mas os trabalhadores estão lá, e eles e só eles descobrirão os caminhos adequados.

-A Luta Continua!

5 comentários:

Anónimo disse...

A metodologia de negociação é tão própria (na Auto-Europa) que os trabalhadores começaram a abrir os olhos e, embaraçando o Chora-(BE) & Cª-(PS), recusaram em plenário o acordo cozinhado entre a CT e a administração.
1ºResultado,
os trabalhadores, com a súbtil discordância do Chora & Cª, travaram um braço de ferro com a administração que resultou num novo, diferente e vantajoso acordo. Olha se tivessem ido nos conselhos do Chora (que se farta de passear no estrangeiro, à conta da empresa) & Cª.
2ºResultado,
por culpa dos trabalhadores começarem a abrir os olhos, mais o posicionamento da lista C e da sua afinidade com o Sindicato dos Metalúrgicos do Sul, deu-se uma revolução nas últimas eleições para a CT da Auto-Europa: a lista do camarada Chora-(BE) & Cª(PS) perdeu credibilidade, porque terá sido?, e passou de 7 para 5 mandatos. A lista C com afinidade à CGTP-IN ganhou credibilidade, porque terá sido?, e passou de 1 para 3 mandatos.
Já sei as razões: os trabalhadores são uns ingratos; deviam adormecer eternamente no chão que o camarada Chora e Cª têm andado a pisar.
:-):-)

Anónimo disse...

Schnell, schnell, fecha a fábrica e todo o parque à sua volta. Coloca não sei quantos milhares no desemprego. Só 3? Mas quantos sindicalizados trabalham na AutoEuropa? Estão contra a CGTP ou quê?

Anónimo disse...

Ainda não leste o comunicado da célula camarada, a lista "A" manteve os 7 elementos, e uma comissão de trabalhadores coloca elementos de todas as listas (as que são votadas) coisa que a CGTP recusa.
Aprende a nadar companheiro.

Anónimo disse...

Chiquinho efectivamente foi derrotada a primeira proposta de pré-acordo saída das negociações entre a CT e a empresa, por uma diferença de 13%.
Chiquinho efectivamente o Sindicato dos Metalúrgicos (STIMMS)-PCP, interveio em todos os Plenários a apelar ao voto SIM nesse pré-acordo. Tal como o fez no acordo seguinte, Porquê?
Efectivamente o segundo pré-acordo teve quase 77% dos votos SIM e 23% de Nãos, e neste, ninguém do STIMMS apareceu a intervir nos plenários a pedir para votar SIM, apenas a CT o fez.
Chiquinho, efectivamente a lista C (PC/STIMMS) passou de 10,28% dos votos válidos para 23,50% dos mesmos votos.
A verdade é que há seis anos atrás, esta mesma lista teve 51% desses votos e maioria absoluta na CT, seis meses depois foi destituída pelos trabalhadores, tal o serviço que prestou aos mesmos.
Na eleição seguinte, começou a andar nos 300 votos, manteve-se assim até 2002/2004, em 2004/2006 ficou abaixo dos 200, enquanto que a lista que desde 2000 tem concorrido ás eleições com programas cheios de promessas sempre ficou à sua frente, agora esta lista não concorreu (deixando as promessas para outros), logo, é normal que a lista PC/STIMMS tenha absorvido esses votos.
A lista A, mais uma vez veio sem promessas, apenas com o slogan de tentar garantir mais produtos para aumentar o emprego e melhorar os salários (pouca coisa pelos vistos)
Outros houve que prometeram, Bancos, ginásios, menos horário e mais salário (eu adorava), e tudo aquilo que não sendo da competência de uma CT, é da competência sindical e dada a sua impotência não tem conseguido resolver nos sindicatos.
È claro que quando se é jovem e trabalhador as promessas convencem, e quando sabemos que vamos ficar em minoria não custa nada prometer tudo.
È claro que quando se é muito pequeno qualquer crescimento é uma grande vitória.
Chiquinho não quero esconder que efectivamente a Lista PC/STIMMS subiu 80%, passou de penúltimo lugar para segundo, somando mais 138 votos.
È mais que certo que se a Lista que desde 2000 tem concorrido e ficado à frente da Lista PC/STIMMS concorresse, teria sido um desastre para a lista C, pois teria ficado atrás da lista do SINDEL, (tal como em 2004) basta ver os números, pois nas ultimas eleições a soma dos votos da lista do STIMMS mais essa outra, era de 26% dos votos validos.
E realmente Chiquinho só podem estar a brincar ou então tens um problema de inteligência ou o KGB anda a tratar-te mal pois a realidade é que a lista A, em 2004/2006 teve 60,17% dos votos válidos e agora apenas teve 61,05% dos mesmos, em 2004/2006 elegeu 7 dos 11 membros e agora elegeu 7 ficando a 10 votos do 8.
Em relação ao Chora é normal que quem é praticamente a cara de uma CT desde 1994 (com o tal interregno de seis meses em 1999), que foi a cara do acordo de 2003/2005 tão criticado pelos PCs, que foi a cara do acordo de 2005/2006, sofra algum desgaste, pois é sempre mais fácil ser do contra que lutar para encontrar soluções para os problemas e acima de tudo, é um problema para muita gente o envolvimento dos trabalhadores nessas soluções.
Mas o mais importante é que a CT agora eleita continue no caminho até agora traçado, defesa do emprego com direitos, melhoria das condições sócio-económicas de todos e que as pessoas agora eleitas pela lista C, trabalhem em prol dos trabalhadores e não do partido que as suporta, pois se vão por esse caminho, vão ter o mesmo destino que tiveram a partir de 1999.

Anónimo disse...

Lendo o post e estes coments, não percebo do que é que querem dizer.
Até parece que tá tudo grosso.