Um cão ladrou, na distracção do sono acordei em sobressalto, assustado.
Malvado sonho que me atirou p'rá fronteira do Paquistão - por lá andava, queimado p'lo frio mas já integrado com aquelas gentes, até já dominava a lingua e desenrascava-me com os dialectos, só não fiquei religioso, mas por conveniência disfarçava bem, esticando o lenço no chão, descalçava os sapatos e memorizando os segundos de costas voltadas ao sol, cadenciava os movimentos das orações.
Não percebi como é que lá fui parar, nem o que lá fui fazer. Só sei que mereci a confiança daquela gente - brincava com os putos, fazia-lhes desenhos num velho quadro da escola destruída, destruída como a maior parte da aldeia; uma vez pediram-me para pintar a cara do Bush em tábuas e portas velhas, que em jeito do jogo da malha, putos e graúdos se divertiam a acertar-lhe nas trombas.
Assistia a um desses jogos quando fui abordado por dois elementos, julgo que forasteiros naquela aldeia, para meu espanto em galego, solicitando a minha colaboração para que de volta a Portugal, por cá arranjasse uma casa de apoio para três pessoas... nisto, acordei com o ladrar do cão.
Tenho-me esforçado a tentar deslindar da névoa do sonho, a que pessoas eles se referiam, o que é que pretendiam fazer, o porquê de tantos segredos e cuidados, mas até agora não consegui.
Mas mais grave que tudo isto, é que também não vislumbro se estabeleci ou não algum compromisso. Pois como calculam, não é nada que não possa ter acontecido - já a simpatizar com aquelas gentes, compungido pela miséria e afrontas imperiais a que estão sujeitos, eu ás tantas ter cedido e gerado expectativas de apoio sem sequer saber a quem, arriscando num destes dias a aparecerem por cá... enfim! gente que a CIA não gosta.
Malvada incerteza. Tudo isto só porque o danado do cão me acordou.
3 comentários:
"dejá vu" companheiro?
Nunca saberás se o final do sonho seria positivo ou se acabaria com os hopocritas dos americanos a lançarem fosforo branco ou outras coisas bem piores. de qualquer forma os cães sabem sempre quando tem de ladrar ehehe
O coment de Mata Hari é uma piada competente. Pôncio já não tem piada nenhuma, foi óbvio na intensão, conhece-me (?), pessoalizou procurando ferir. Suponho que até pertence ao grupo das apostas-"P'ra onde é que o gaijo vai?".
Por isto esclareço, que ainda não me zanguei comigo, trabalho todos os dias e esqueço-me quase sempre de fazer o totomilhões. Os cães ladram e ás vezes só ladram, mas á 15 dias mataram 18 pessoas no Paquistão e à Google a casa branca solicitou registos de pesquisas. Assuntos pesados geradores de pesadêlos em gente CIVILIZADA. Já para parôlos, roupa suja é o que basta.
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