segunda-feira, outubro 31, 2005

Novembro Transmontano

Dias inquietos
em que a precoce nuvem
espalha seu clamor

suas turbulentas águas
anunciam o frio, as folhas caídas
e o cinzento dominante
que embala os sentidos

Naquele crepúsculo de Novembro
os odores e as cores de quem sabe,
as castanhas a assar, o azeite no lagar
trazem a memória quente de afectos

Naquela aldeia plácida
no Nordeste Transmontano
reencontrei-me, e ao teu olhar
lívido de paixão

Na férrea estação
despedimo-nos e
acertamos os ponteiros do relógio

As horas insones em que a lucidez
falava de mansinho
foram aturdidas
pelo manancial de cheiros
e sabores que nos abriram
as portas da percepção.

Sem comentários: