domingo, agosto 21, 2005

FUJAM DO INFERNO

A alma de Eurídice anda por cá. Aquela que foi esposa de Órfeu e morreu mordida por uma serpente. Anda por aí, espalhando sorrisos em fundo vermelho, ofuscando a altivez e arrogância próprias que levou Plutão a pô-la fora do Inferno. Sem quaisquer direitos, apenas um balde de brazas.
Anda por aí, activa,com o balde das brazas escondido, pulverizando engôdo na mira de pescar simpatia para o seu imaginário e persistente projecto: -Construir o inferno...

Copiando Sócrates, o actual, aquele que apresentou ao Povo o novo estilo angélico e delicódoce, na simbiose da tonalidade da voz com a coreografia gestual das mãozinhas sempre bem tratadas, exercendo magia para apagar memórias.
Aí anda, altiva como um Galo. Convicta que o Sol só nasce quando canta, aliás, quando escreve e fala. Os demais não têm memória.

O Pê-yes não tem culpas. O Pê-yes é impoluto e imaculado.
O Pê-yes não tem culpas no desemprego, no encerramento das corticeiras, no encerramento da Novobra, da Convex, da Gefa, da Fristads, da Petrogal. Disto tudo e muito mais, o Pê-yes não tem culpas.
Não tem culpas na falta de segurança e de protecção civil, até aprovou em PIDAC o posto da PSP, da GNR e o quartel dos Bombeitos.
Não tem culpas na debilidade dos transportes públicos, até aprovou o metro de superficie e o transporte fluvial.
O Pê-yes garante até a criação de emprego, uma escola profissional, mais segurança, mais serviços de saúde, mais tudo, até vão haver minis autocarros.
O Pê-yes vai transformar o Concelho, num território arrumadinho, bonitinho, sem truques nem cambalachos. Vai ser uma gracinha, o novo Portugal dos pequeninos.

Por favor cuidem da memória.
A esposa de Órfeu não pode vazar o balde das brazas - já basta o inferno da ditadura da alternância em que o Pê-yes enfiou este País.

É preciso virar do avêsso - mas outro inferno é que não!.

1 comentário:

Anónimo disse...

Que grandes Outdoors, a pipa de massa que não vai ali.
A rapariga anda abonada.