Injusta Justiça

Arguido em nove (9) processos,

por prescrição livrou-se de todos.

Jardim Gonçalves (o banqueiro)

Em tempos que já lá vão, um Imperador perdeu-se numa caçada, embrenhando-se num bosque, quando ás tantas já cheio de fome e sede encontrou um moinho. Aí o Moleiro sem saber de quem se tratava matou-lhe a fome com pão e mel, e a sede com boa água. Por fim, já de barriga cheia o Imperador identificou-se e extasiado com tanta beleza, afirmou que aquele espaço e aquele moinho passariam para a sua posse. O Moleiro, determinado a defender o que era seu, disse: - mesmo sendo V.Excelência Imperador, estou certo de que encontrarei um Juiz que dite e faça justiça.

 

É corrente ouvir-se que as leis estão mal feitas, que os trâmites processuais são permeáveis a muitas jogadas, que os juizes estão assim limitados no seu trabalho. Sendo isto verdade, existe também outra verdade, é a obrigação de qualquer juiz promover a justiça como valor maior a justificar tenacidade rompendo todos os expedientes. Pois qualquer cidadão mediante uma injustiça, tem o direito  de ter a certeza do Moleiro, a certeza de encontrar um Juiz que dite e faça Justiça.

Assim Jardim Gonçalves, com protecção de um Juiz de merda, ficou com o moinho do Moleiro.