quinta-feira, março 13, 2014

Balanço à Governança

Porque falta pouco tempo para o fim do dito "programa de ajustamento", surgem em catadupa diferentes comentários sobre o balanço  destes ultimos três anos. Usando os critérios de avaliação que a maioria protectora da actual governança tanto gosta, cheguei ás seguintes conclusões:
 
1- Recuperar o acesso aos mercados, dispensando a assistência financeira do FMI e UE, tendo em conta a taxa de juros de 4,5% a 10 anos a baixar, não deixando de ser um risco por não se adivinhar os desígnios do Deus Mercado, é um sinal que está a gerar entusiasmo na governança;
 
2 - Saneamento das contas públicas, com a abrupta redução do défice orçamental e paragem do endividamento público. A porca torceu o rabo, apesar dos elevados cortes na função pública e na segurança social. O défice retraíu, mas num ritmo longe do previsto, estando a um nível cuja consequência foi o aumento da dívida pública, muito para além do que a governança pretendia. Embora disfarcem, trata-se de um desaire só coberto por ainda mais cortes;
 
3 - Competitividade da economia, em resultado das virtuosas reformas estruturais - que se têm traduzido na desregulação laboral, nas alterações na educação, saúde, justiça e outros, nomeadamente na desvalorização interna, como a redução dos custos salariais. Também aqui a porca torceu o rabo, mesmo apesar do aumento das exportações e o prenúncio da dita retoma económica (com atraso de um ano em relação ao objectivo troykano) a profunda recessão que se verificou, muito acima do prometido fazendo crescer o desemprego, atirou a dita competitividade da economia ás malvas.

Mediante tais conclusões assentes nos critérios que a governança tanto gosta de usar, não vislumbro factos que sustentem os discursos que a maioria PSD/CDS por aí fazem. Assim e a manterem-se na governança, é previsivel que logo após as eleições europeias apareçam mais cortes, mais reformas a esbandalhar o país.

1 comentário:

Anónimo disse...

Olhando retrospetivamente a história, já o Conde D. Henrique a quando o Condado Portugalense, ficou endividado com o sogro.
Este país nasceu endividado.
Não fosse a exploração colonial e já tínhamos dado o badagaio há mais tempo.
À pala do entorpecimento de um povo secular vão alguns banhar-se em ouro. Até o Vaticano trinchava do ouro vindo do brasil, menos o povo.
Hoje os descendentes querem comer todos á grande e á francesa daquilo que não semearam nem produziram.
Temos sido tão calmos tão calmos que aceitamos entrar para a CEE, hoje União Europeia sem sequer uma exaltação popular.
Agora lamentam-se as Forças Armadas, as Forças de Segurança...lamenta-se algum proletariado,,,Marcham pelas ruas das cidades a tentar acordar revolucionários esquecidos. Alguns esperam por Dom Sebastião.
E os poucos que se lembram das revoluções do século XX já mal podem com as suas maleitas e sem saúde.
É claro, continuo a crer no homem
yal qual ele é!
Vai acontecer coisas em que nunca pensamos, penso!
Não precisamos de um qualquer Bandarra para o alvitrar.
A ciência aí está, Mas continuamos no metafisico que por si é precário...
De o "Catraio" com respeito