quarta-feira, dezembro 11, 2013

Assisti ontem no Continente

A Luís Morgado e sua companheira, a Srª Odete da Farmácia da Mutualidade, serem abordados por um individuo que lhes pediu que comprassem qualquer coisa para comer. O homem estava enervado, com vergonha, pois algumas palavras nem sequer se percebiam.
O meu amigo Morgado, deixando a companheira ás compras, convidou-o a entrar e foi buscar com ele meio frango, um queijo, pão e uma garrafa de vinho, sentando-se depois na esplanada do exterior onde acabei convidado para um copo e um pedaço de queijo.
 
Mantive-me com dificuldade sempre sério a ouvir o Morgado. Ele deu-lhe o número de telefone explicando-lhe que se num dia destes tiver a coragem de entrar ali e tirar para comer, saciando a fome no local, não roubando nada nem metendo produtos nos bolsos - se for preso telefone-me, pois irei directamente ao posto e lá identificando-me como membro da Assembleia Municipal, intervirei em sua defesa e com a presença de um advogado amigo, que nestas coisas é sempre solidário.
 
Arranjarei também a forma desta história aparecer no jornal, denunciando também o filho da puta do patrão que o espetou no desemprego e não lhe pagou os salários,  e que nem sequer lhe facilitou o acesso ao subsídio de desemprego. Esse gaijo que conheço bem, é um vaidoso que viveu sempre no bembom, com bons carros e muitas gaijas à conta do pessoal, é um caridoso do ROTÁRIO que tem de ser denunciado, enxovalhado públicamente, se possível até por onde anda no Brasil.
 
Mantive-me sempre sério, embora tivesse vontade de rir, porque sei que ele em sindicalista fez coisas parecidas com estas.
Uma vez descobriu a morada da tia do patrão da TERMOSET (empresa que existiu em Setúbal) para onde se tinha pirado, em Londres. Conseguindo que uns amigos ingleses da Rede Europeia de Combate ao Desemprego, distribuissem um panfleto em inglês na respectiva  rua e habitações circundantes, explicando quem era o trafulha que ali estava refugiado, tal foi o impacto, que o artista foi chamado à policia, pois esta perante aquela publicação inédita, supôs tratar-se de um refugiado ilegal - o certo é que passados 15 dias, já com a empresa parada e a encerrar, o pessoal recebeu os salários em atraso e o 13º mês, mesmo em vésperas de Natal. 
Logo não me admira nada, que ele faça o que disse.  Para já, ganhou mais um para ir ás manifestações.

1 comentário:

Anónimo disse...

Espero que identifique o patrão, é que me incomoda ele ser membro do Rotário.