sexta-feira, outubro 05, 2012

Ontem houve Assembleia Munícipal - Moita

Remoques Desnecessários
(Pronúncia da A.Munícipal referente à lei 22/2012 de 30 de Maio)

Esta lei que surgiu na consequência do então denominado livro verde, obra cuja côr escolhida está em conformidade com o seu progenitor, o inteligentíssimo Srº Ministro Relvas, lei já celebrizada e conhecida pela lei da RATA, que ao estabelecer os objectivos, os principios e os parâmetros da denominada Reorganização Administrativa e Territorial Autárquica, apenas pariu uma rata - extinguir Freguesias.
 
Sem dúvida um tema sensibilizador, logo a expressiva presença do público, destacando-se a de muitos activistas do movimento associativo - a feliz coincidência da data, 4 de Outubro, dia Moitense da implantação da República, e a linda surpresa da banda do Rosário a tocar junto à Câmara, fazia prever uma Assembleia participada, cordata e apoteótica. Infelizmente não foi bem assim.
 
Faltou uma intervenção inicial, escorreita, aglutinadora e entusiasmante por parte do Presidente da Mesa, ele que até já conhecia as posições de todos os partidos lá representados sobre o tema, preferiu ao seu estilo "informal" a frieza das formalidades, optando após as quatro intervenções do público, reagir com semblante de enfado ás questões de metologia regimental levantadas por um membro do PS, para de seguida e a propósito da leitura dos pareceres das Assembleias de Freguesia, valendo-se da opinião do membro do CDS que solicitou a leitura da lei, abrir espaço para que um membro da CDU fizesse brilharête falando para o público, colhendo aplausos e o outro impropérios. Isto, quando no primeiro debate, há meses, ainda livro verde, o Srº Tita/CDS que já tinha a mesma posição, com discurso bem tratado, até colheu aplausos e elogios de vários membros da CDU.

Entretanto, apraz-me referir quatro intervenções simples, objectivas e sem remoques sobre o tema, protagonizadas pelos membros daquela Assembleia, Nuno Cavaco, Morgado, Carromeu e Chora, destacando a de Nuno Cavaco pela exposição detalhada que fez de todo processo de luta em defesa das Freguesias a nível nacional.
 
Usando o mesmo critério, destaco também a intervenção mais despropositada e eivada de remoques, que foi a proferida pela Srª F.Gaspar - que na óbvia busca de colher os aplausos do público presente, deteve-se em  temas como o direito à diferença de opinião e o inevitável respeito que tem de existir, e fê-lo em estilo tão veemente que me fez logo recordar o seu próprio silêncio, quando na Assembleia Munícipal anterior se abordou o despedimento de um trabalhador da Câmara, exactamente por delito de opinião, assim como ainda a  manutenção no cargo, de membros que já se envolveram em pugilato no decorrer de uma abrupta interrupção dos trabalhos da Assembleia, e exactamente com pessoas do público.
Lamento que o Presidente não a tenha lembrado, sequer ao menos que se estava a afastar da ordem de trabalhos.

Mas o que importa, é que apesar de alguns disparates e remoques, acrescidos pelo permanente enfado do digníssimo Presidente, a Assembleia Munícipal da Moita deliberou enviar a mensagem - cá no Concelho não existem Freguesias a mais.

   

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