"Junto-me óbviamente aos que exigem da Alemanha - como principal economia da União e como principal beneficiário da integração europeia e da moeda única - mais empenho e solidariedade na superação da crise na zona euro, que continua a agravar-se e que ameaça tranformar-se em crise sistémica.
Todavia, não posso de deixar de lembrar que:
- a crise existe por causa dos países que não cuidaram de controlar o seu endividamento e o desiquilibio das suas contas externas, vivendo duradouramente acima das suas possibilidades."
O autor deste escrito, embora recente, não deixou de recorrer à velha trêta do discurso instítuido, que nos regista um passado de abastança, acima das nossas possibilidades.
Bem informado como é, deixa-me perplexo com tamanha falta de memória - o endividamento e o desiquilibrio das contas externas do nosso país, têm uma relação directa com todo o processo de integração na CEE/UE e a posterior adopção do euro. Repare-se que a diferentes velocidades desde o governo do centrão, todos os governos destruiram o sector primário, sendo hoje irrelevante no espaço europeu a nossa produção agricola e pesqueira (compra-se fora); destruiram o sector secundário até em vertentes estratégicas para o desenvolvimento do país ( em vez de se vender, compra-se fora); desenvolveu-se um sector terciário sem sustentabilidade, de onde se destaca o imobiliário (mas as couves a salsa e o aço, compram-se fora).
Assim continuam a confundir os portugueses, a cultivar a descrença e a apatia, onde quase metade dos eleitores já não votam - garantem-se no poder, mas descredibilizam e destroem o regime democrático.
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