segunda-feira, agosto 22, 2011

Coisas que vou observando e lendo...(1)

Continuando sem perceber quanto é que os portugueses devem, e por isto, a interrogar-me sobre se deveremos pagar a divída (?) sustento as minhas dúvidas em histórias recentes desta histórica crise - recordo-me que em 2010, quando a zona euro estrebuchou, o BCE emprestou em exclusividade aos bancos privados à vantajosa taxa de 1%; estes em contrapartida exigiram aos respectivos Estados: juros de 4, 5 e 6% por empréstimos a três meses e de 12% a títulos a dez anos - tudo com a justificação do "risco de incumprimento"- observando-se no mesmo ano a consideráveis aumentos que atingiram a dez anos os 16,5% - por outro lado o BCE, de "modo a fluidificar o mercado da dívida soberana", passou a garantir os créditos detidos pelos bancos privados através da compra dos seus títulos dos Estados... os mesmos Estados aos quais, o BCE se proibiu de emprestar directamente.

Ora, mediante esta arquitectura da trêta, do roubo supra-organizado - feitas as contas e se os bancos exigiram tão elevadas taxas em nome de um hipotético "incumprimento", não seria correcto suspender pagamentos e até denunciar as dívidas consideradas ilegítimas?


Já sei - aqui del-rei, que vem o caos!...

Por via do "caos", recordo-me do que Henry Kissinger afirmou em 1989 a propósito dos planos de ajustamento estrutural impostos aos países latino-americanos: "Nenhum governo democrático pode suportar a austeridade prolongada e as compressões orçamentais dos serviços sociais exigidas pelas instituições internacionais"- a verdade é que os pagamentos dos antigos empréstimos continuaram, mas pagos por mais empréstimos, a dívida não pára de aumentar, de tal forma que em 2009 os Estados (não os bancos privados) tinham pago o equivalente a 98 vezes o que deviam em 1970, entretanto a dívida crescera 32 vezes.

Afinal o que é o caos ?...

Este é o caminho que os governos eleitos da europa estão a seguir, pois como fieis representantes dos mais poderosos e da ideologia neo-liberal, aceitam as ordens das instituições supra-nacionais que ninguém elegeu, definhando países e povos.

(vou continuar com este tema, é que não encontro motivo para pagar o que eles querem)

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