Trata-se de um governo legitimo, legitimado por eleições em que quase metade dos eleitores não votaram, configurando pelos resultados apurados a existência de uma sociologia eleitoral conjunturalmente anestesiada, quer pelo pânico e o medo instalado por via da troyca na maioria dos que votaram, quer pelo cepticismo conformista dos que não votaram, e deste modo gararantirem mais uma vez, à outra variante da ditadura da alternância, onde assenta há mais de trinta anos o dito regime democrático - sendo desta vez, a vez do PSD/CDS.
Registei por isto, embora sem espanto o entusiasmo publicamente desusado em anteriores eleições, por parte dos vários patrões de muitas coisas e da comunicação social, os poderosos como o Balsemão, o Belmiro, o Amorim e tantos outros, o entusiasmo e festejo por em Portugal surgir uma "democracia" que irá ajeitar o regime ás suas exclusivas vontades.
Fiquei assim de fora desta democracia, marcada por 78% de deputados que apoiam o troyquismo, cujo programa pretende forçar os mais desfavorecidos ao compromisso de nada fazerem: quando lhes baixarem o salário, quando não receberem horas extras, quando ficarem no desemprego sem indemnização e subsídio, quando receberem uma ordem de despejo.
Estou de fora desta democracia, estou exactamente como os Gregos, aqueles que lá, por não aceitarem, levam porrada quando se manifestam.
Também não me conformo com isto. Sou pela liberdade e pela democracia. Não aceito definhar-me nesta contradição que me agride, quando de facto é o capital que é incompatível com a democracia.
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